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quinta-feira, 19 de março de 2015

O esvaecimento animal


O cão, bem atado (no pilar), soltou-se no pátio colonial. A escapada, no bocado da corrente, aconteceu na ameaça e apreensão. A inquietação adviria no conjunto dos matos e trilhas. O medo, na apreensão, adviria na casual asfixia. A fome e sede levaria o mesmo à morte.
A família, na falta do membro, adentrou nos alvoroços e presunções. As suposições, na causa e desfecho, foram muitas. As notas, nas falas, ocorriam a todo o momento. As lamentações, na ausência da companhia, brotavam igualmente nos idênticos da espécie.
A estirpe, no contíguo da vizinhança, exteriorizou genérico aviso. Os acidentais ladridos, em bosques e roças, deveriam requerer a inquirição. A história, no ocorrido, foi reprise de idênticos sucedidos. O auxílio, na pedida, sobreviria no achado e liberação.
As horas transcorreram no exteriorizado. A conversa, de boca em boca, alardeou-se no círculo da comunidade. O animal, na dezena sucessiva de horas, deu as almejadas caras. O regresso apontou exultação e maravilha. A corrente, no fujão, nutriu-se arrastado e ileso.
Alguma mão, na casta de brioso anjo, interferiu na aparição e liberação. Os chamados, evacuados aos quatro ventos, foram ouvidos. Os próximos moveram-se do emanado. O prodígio, na odisseia singular, deu sobrevida. O acaso, na mão divina, auxilia os desventurados.
A apropriada vizinhança, na alegria e presente, advém no acessório e suprimento. Os animais, no desamparo e desespero, mexem na compaixão humana.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem:  http://www.ijui.com/

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