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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

A desatenta carona


A tradição oral descreve uma odisseia dos bichos. As espécies, na vocação musical, ganharam convite especial. O evento, nas incumbências dos céus, sucederia ímpar animação. Os músicos, na improvisada orquestra, seriam os cantadores e instrumentistas da natureza.
O corvo, na qualidade de violeiro, contava os minutos do magistral acontecimento. O pormenor, na invocação de obséquio, atrelou-se a rã (das moitas). O sauro, na carência de asas, caía na aberração da ausência. A petição, na carona, externou-se na gentileza da ave.
O pássaro, no argumento peso, resignou-se do favor. A agudeza, no paliativo, mostrou-se em ocultar no interior do instrumento. A admiração, na presença, adveio no conjunto da animação. O insignificante réptil, na magia da balada, exteriorizou concorrência e encanto.
O regresso, no análogo subterfúgio, andou no achado do artifício. O enciumado violeiro, na altitude, descobriu o estratagema. O infeliz viajante, nas alturas, acabou achado e movido do esconderijo. O resultado, no arremesso ao ar, versou em espatifar no solo.
A concorrência, em quaisquer contextos, incide nos ciúmes e rixas. Os favores incidem nos custos e incômodos. O indivíduo, nas extremas necessidades, depender de terceiros sobrevém na cantilena. O livre-arbítrio denota marchar com as oportunas pernas.  
O alheio favor, na ausência de custo, cai no desgosto e rejeite. Os cínicos convivem disseminados nos muitos e variados ambientes.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://viajeaqui.abril.com.br/

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