Translate

terça-feira, 4 de março de 2014

Os míseros trocos


O cidadão, filho das colônias, sonhou no oportuno negócio. Este, inspirado nos modelos dos ancestrais, queria autonomia e liberdade. O desejo era o de ser dono do próprio nariz!
A migração, campo-cidade, levou a instalação de atelier. O calçado, às empresas, prestou valiosos ofícios. As melindrosas confecções viam-se repassadas a terceirização!
O negócio, nas penosas e prolongadas jornadas, absorveu duas dezenas de empregados. Os servidores, como migrantes no geral, extraíam o fruto da sobrevivência!
Os grandes volumes, na movimentação financeira, viram-se abundantes. Os resultados finais, ao próprio caixa, traduziam estreitos e exprimidos dividendos!
As exigências, nos intermináveis encargos, foram praticamente diárias. As coberturas, na tributação, decorriam cá e lá. A eventual contestação trabalhista dissolveria a firma!
O arrojado, no extremo, ordenou detalhados cálculos. O espanto despontou nos resultados. O investidor, na compensação, recebia trocos. Os ganhos inibiam os riscos!
O filão completava as responsabilidades. A gama de tributos absorvia os dividendos. A firma, nas inacabáveis exigências, via-se dissimulada estatal. O patrão via-se dono dos riscos!
A solução, na precariedade, consistiu em cerrar portas. O encerramento viu-se garantido nas obrigações. Equívocos consumiriam o patrimônio avolumado numa existência!
O jeito, na chácara e construção, foi ganhar a vida. O controle de gastos evitou a judiação por ganhos. Os supérfluos contidos nos dispêndios. A modéstia seguiu-se na vida!
Os ousados, na ganância fiscal, inibem comércios e habilidades. O velado socialismo, no meio do distorcido capitalismo, incentiva mediocridade e ócio!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://diferindo.blogspot.com.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário