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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

O cantinho próprio


Uma anciã, em função do pedido dos filhos, comercializou o patrimônio familiar. A residência e terras, do espólio do finado, foram passados no troco!
Os rebentos, na necessidade do inventário, optaram pela venda. O pensamento, de imediato, ligou-se as perspectivas de grana. As preocupações, com a mãe, viram-se escassas!
O bem estar entrou em limitada conta. A senhora, no auxílio dos rebentos, viu o dinheiro escorrer das mãos. Um pediu aqui, outro acolá (sem receber o devido ressarcimento).
O resultado, na carência de lugar próprio, foi viver de favor nos vários filhos. Estes, com constituídas famílias, viram um estorvo (do que real hospedagem e visita).
A ausência, de refúgio próprio, levou a viver como andarilho. A esmola parecia suceder-se nos alheios lares. Os reclamos, nas conversas de bastidor, vieram-se a suceder!
O cantinho próprio, sem compra de outro, encontra-se fora de cogitação à comercialização. Promessas, com os pesos da idade, evaporam-se cedo no esquecimento!
A/O viúva/o, sem a cara metade, revela-se uma espécie de órfão. O humor, na carência monetária, muda cedo nas considerações e satisfações!

Guido Lang
“Contos do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.dooda.com.br

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