Translate

domingo, 25 de agosto de 2013

A extrema dó


Um comerciante, instalado nas grotas, fazia esporádicas carneações. As miudezas, chamarisco da cachorrada, viam-se descartadas em lavagem aos suínos!
O carneador, diante da astúcia e ousadia canina, passou a ter frequentes invasões. Os animais, das alheias propriedades, afluíam às dezenas nas caladas da noite!
O bicharedo, até a manhã, atacava e revirava o ambiente e recipientes! Um cenário de desorganização e prejuízos! A bagunça via-se instalada!
O vendedor, numa altura, indignou-se com aqueles constantes ataques e confusões. Ele, enraivado e indisposto, pegou alguma graúda pedra!
O artefato, como improvisada arma, viu-se arremessado com ímpar força. A peça, em cheio, acertou a pata dianteira do azarado animal da primeira vizinha. O estrago foi à completa fratura do membro!
O domesticado lobo, com a parte fraturada e pendurada, passava diversas vezes diante do estabelecimento. O cenário via-se de dor e pesar!
O autor e clientes, nas idas e vindas, deparavam-se com a esdrúxula e dolorosa cena! O cidadão, nalgumas noites de insônia em meio ao peso da consciência, lembrara-se da desgraça originada!
A vizinhança, nos seios familiares, comentava e repassava o sucedido! Os desconhecidos interrogavam sobre a autoria de tamanha bestialidade! 
Cuidado! O indivíduo, em meio à extrema fúria e raiva, incorre em concretizar injustos atos. Estes, no íntimo e no transcorrer do tempo, veem-se numa dor imprópria pior do que a própria dor acarretada às vítimas!
Os bichos, de criação e estimação, carecem de culpa pelo descaso e dificuldades dos donos. Os animais, mesmo bem cuidados e tratados, seguem a lógica dos instintos. A vida, nalgum momento e situação, prega-nos inusitadas e ousadas peças!

                                                                                                 Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.casadolabrador.com/PASTOR/Pinicio.htm

Nenhum comentário:

Postar um comentário