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domingo, 30 de junho de 2013

A paterna sobra


Um senhor, numa vida inteira, labutou para constituir família. Este pode ter esposa e filho. Os bens foram avolumados de forma morosa e suada!
Os anos transcorreram rápidos! A velhice achegou-se antes do imaginado! A esposa antecedeu a morte! O rebento constituiu família!
O cidadão, como pessoa idosa, viu-se isolado e sozinho neste grande e velho mundo! As parcerias novas, apesar das várias tentativas, não criaram raízes nos relacionamentos!
O filho, com a idade própria, arrumou sua “cara metade” (companhia feminina). Ela, na casa do sogro, adonou-se do espaço. Os reais donos pareciam marinetes!
A convivência, em poucos meses, revelou uma dura situação. O rebento tomou o partido da companheira. Esta, na alheia casa, fazia “sobrar o dono original”.
O senhor, agora ancião, via-se rejeitado na sua própria residência. Este sentia-se inconveniente e mal. A nora, numa tremenda indiferença, negava-se a conversar e travar relações.
O filho, diante da instigação e tomada de lado, vivia a reclamar e repreender. Dias difíceis e lamentáveis ocorriam depois duma laboriosa e pacata existência. As lamúrias e relatos, diante do adverso quadro, sucediam-se junto aos amigos e parceiros!
A desconsideração e descuido, com os genitores, revelam-se um problema social! Os filhos, em função dos compromissos e concorrências, carecem de interesse e vontade à convivência familiar original.
Muitos, na juventude, esquecem da situação de algum dia igualmente ficarem velhos. Certos tratamentos impróprios, em momentos e situações, tornam-se “pesos na consciência” durante a trajetória terrena. O mau exemplo familiar serve de cobrança e protótipo à descendência!
                                                                                                                                             
 Guido Lang
 “Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://rodopiou.com.br/?m=201208

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