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quarta-feira, 17 de abril de 2013

O singular foguetório



As explosões, de fogos de artifício, abateram-se em horário incomum. O local consistia diante de determinada residência. Um fato sui generis na modesta localidade do interior!
Os moradores, como vizinhança em geral, mantiveram a rotineira curiosidade. As opiniões divergiam-se sobre as razões dos festejos e gastos.
Uns arriscaram a hipótese de explanar: “- Certamente alguém com aniversário!”; “- A sorte grande deve ter caído no lugarejo!”; “- Alguma comemoração de aposentadoria”...
A solução foi averiguar a origem de toda essa barulheira. Esta, num rápido escutar e olhar, adveio diante da residência da sicrana. Ela, uma mãe solteira (com dois tenros filhos), certamente teve especial alegria!
Uma realidade, na metade da tarde, estranha para o volume de foguetório! Um fato realmente incomum para as manias e modas do pacato lugarejo! Este, com uma localização singular, parecia perdida e tranquila entre as baixadas e os morros.
As conversas, num cruzamento de comentários e informações, cedo advieram sobre o sucedido. Alguém, como passante ocasional pelo cenário, trouxe a novidade (como num “aparente pão quente recém saído do forno”). O beltrano, numa comemoração anômala, fez toda esta balbúrdia! Este ficou sabendo do resultado da tão esperada e temida boa nova!
O DNA, no teste de paternidade, revelou o fato de não ser o pai. O genitor, das duas crianças, dos filhos da sicrana. O amigo, numa de gaiato (em meio aos vários frequentadores das benesses íntimas), acabou apontado como autor da paternidade.
O festeiro safou-se de pagar umas polpudas e prolongadas pensões (alimentícias). O beltrano, como um dos vários visitantes ocasionais (a sicrana), precisou assumir a autoria. A Justiça, diante da constatação dos resultados dos exames, determinou o desconto compulsório (em folha dos encargos).
Os moradores, diante do esdrúxulo acontecimento, ficaram atônicos e esclarecidos dos muitos comentários e falatórios. Uma comemoração anormal para os tradicionais padrões coloniais! Entenda a psicologia humana pelo dinheiro!
Algumas histórias, em momentos, assemelham-se a duas! Muitos praticam as artimanhas e peripécias, porém “na hora do aperto tentam tirar o seu fora da reta”. O indivíduo nunca se esclarece dos reais interesses e pretensões alheias!

Guido Lang
“Singelas Crônicas do Cotidiano da Existência”

Crédito da imagem: http://noticias.r7.com

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