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quarta-feira, 3 de abril de 2013

O prazer da leitura



Um modesto plantador, durante anos, comercializava numa venda. A produção de soja era a principal fonte de renda. O estabelecimento, como ponto de negócios da localidade, era o local próprio dos escambos e negócios.
O comerciante, em função da escassa concorrência, valia-se da situação (monopólio) para o precoce enriquecimento. O produtor, com os punhados de descontos, juros e taxas, desentendeu-se com o vendeiro. O rural, numa ousadia ímpar, irritou-se e “tirou o mascate de trás do balcão de atendimento a base de socos e pontapés”. A briga, no contexto da agressão e discussão, resultou em danos em mercadorias e móveis.
A polícia, às pressas, viu-se destacada para apartar as partes em conflito. O agressor, como elemento mais frágil, acabou detido e preso. Ele, para dar o exemplo a outros produtores e reclamões, conheceu o amargo remédio (da supressão da liberdade). A desonra, de ter sido preso, somou-se ao fato do registro de ocorrência policial (eventuais problemas como réu primário).
O aprisionado, numas boas horas, precisou ficar enjaulado na cadeia pública. O cidadão, uma vez na solidão da cela (num cubículo na sede da subprefeitura/distrito), tratou de fazer um excepcional pedido. Conhecidos e curiosos admiraram-se da petição.
Amigos e familiares deveriam trazer-lhe livros e revistas. Este, às valiosas horas, aproveitou para fazer uma folga nas jornadas rurais. A ideia, para abreviar a angústia e solidão, foi de valer-se das leituras.
O castigo, como pausa momentânea, serviria como descanso. A oportunidade como um tempo para aprimorar conhecimento e espírito. Este ímpar comportamento, de alguma forma, intrigou e mexeu com os íntimos (do agredido e autoridades policiais). Os livros, como companhia e parceria, afastam os flagelos do isolamento e solidão! O leitor, através das entrelinhas e palavras, viaja nas ondas do mundo!
O castigo de uns serve de colírio aos olhos de outros. Coloniais, enjaulados nas penitenciárias, consiste num fato raro. A tradição oral versa: “A cadeia foi igualmente construída para abrigar gente”.

Guido Lang
“Singelos Sucedidos no Cotidiano da Existência”

Crédito da imagem: http://direitoemdestaque.wordpress.com

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