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sexta-feira, 29 de março de 2013

Obesidade como afronta



A fulana, no setor de trabalho, quis “jogar alguma conversa fora”. O tempo, do horário de expediente, parecia-lhe transcorrer moroso e prolongado.
A cidadã, sem maior análise das palavras, externou: “- Sicrana! Como ficastes gorda?” Esta, a umas boas semanas e meses, encontrava-se em regime alimentar. Uma tamanha briga com a balança e boca para não ser tachada de obesa. Uma preocupação diária com adequadas e esbeltas roupas. Aborrecimentos e preocupações diante das visões no espelho... O baque, da imprópria conversa, foi grande e infeliz. Esta, noutro dia, sentiu-se adoentada (em função da baixa autoestima e dores na coluna).
Um colega, a título de implicância, precisou dar seu comentário. Este complementou a fala: “- O equívoco encontrava-se nos teus olhos! Com certeza esqueceu de usar as tuas lentes?” Alguém, nesta altura do campeonato faz referência aos sobrepesos, ofende deveras aos fofinhos.
A briga, com a vida sedentária, mostra-se grande com o controle de peso. O sabor dos artigos parece aumentar na proporção do não poder degustar. Quem de nós consegue manter o peso adequado com a idade? Poucos, com essas possibilidades amplas de consumo, conseguem manter o peso próprio.
A comida assemelha-se a poupança: tira muito da conta - ela diminui; coloca bastante valor, os números multiplicam. Nem tudo que se pensa convém externar aos ouvidos alheios. A reeducação alimentar tornou-se um imperativo social.

Guido Lang
“Singelos Sucedidos do Cotidiano da Existência”

Crédito da imagem: http://pedevela.blogspot.com.br 

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