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sábado, 16 de fevereiro de 2013

A crença nos gatos


A presença de roedores, no cotidiano das propriedades, obriga os coloniais a adotarem gatos. Estes, junto a cachorrada, são uma presença nos seios familiares. Os felinos, de maneira geral, são os únicos animais domésticos com acesso ao interior das moradias. Eles, em função de hábitos e mimos, assemelham-se a membros familiares. Eles, nos horários determinados/próprios, querem a devida atenção, carinho e trato.
As moradias, na ausência de gatos, cedo vêem-se infestados de ratos. Estes, dos brejos, lavouras e matos, afluem em direção do interior das instalações. A proliferação ostenta-se geométrica/meteórica. Algumas ninhadas, em dias e semanas, infestam ambientes inteiros. Uns moradores insistem nas diversidades de venenos. Eles gastam fortunas e nada de extinguir a indecência/praga. Uns poucos roedores morrem e outros “tiram a lição da abstinência/perigo”.
A esperteza da espécie revela-se acentuada e há alguns membros parece faltar somente a fala. Os proprietários, nos lugares menos imaginados e próximos, encontram as ninhadas. Pode-se, em curtas palavras, dizer: “- debaixo dos próprios pés ou nariz”.
A solução, como economia e eficiência, consiste em adotar alguns poucos gatos. Estes, com sua mera presença, impõem o controle da população e ensinam o devido respeito aos ratos. O simples miar serve de pretexto para procurar outros ambientes e espaços. Os donos precisam optar entre a inconveniência dos ratos ou a ousadia dos gatos. Estes, em quaisquer espaços, costumam afiar as unhas e largar pêlos.
A espécie felina cedo multiplica-se em vários membros e os donos não conseguem criar todos os filhotes. As brigas dos machos, nas caladas das noites, tiram o sono de quaisquer viventes. Estes estabelecem brigas homéricas em função das fêmeas. Os proprietários resolvem-se um problema e cedo criaram outro (como mostra-se comum nos diversos afazeres em geral da vida).
Os felinos possuem uma astúcia e ousadia ímpar. Estes, como animais domésticos e pacíficos (na aparência), podem em segundos tornarem-se feras. Quaisquer ameaças e perigos transformam-nos em animais agressivos e violentos. Estes, em função de comida, tornaram-se adversários ferozes da cachorrada. As duas espécies, na convivência dos seios familiares, cedo entram em conflitos e desentendimentos. As espécies suportam-se, porém não se amam.
Uma crendice formou-se em relação aos criadores e gatos. As pessoas, de boa formação e índole, costumam adorar e mimar os felinos. As partes vivem numa afinidade espiritual muito grande. Os elementos, de espírito deturbado/impróprios, conforme a versão da experiência colonial, teriam extremas dificuldades de estabelecer bons relacionamentos e vivências. “Os falcatruas” testariam os animais (sobretudo no interior das moradias e pátios). A agilidade e astúcia felina incomodaria assim como os animais pressentiriam o mau gênio. A extrema sensibilidade animal detectaria os maus presságios.
Outra concepção colonial, na tradicional convivência, estaria ligada a sorte. Esta crença consiste: “Quem maltrata os gatos, pouca sorte ostentaria nos empreendimentos e negócios”. Um fato, “na observação dos bastidores das famílias”, repara-se nos inúmeros lares do meio colonial. Quaisquer animais domésticos, a grosso modo, são o perfeito retrato do espírito dos seus donos. As dificuldades e a pobreza, na tradição oral, costuma instalar-se em quem desgosta e maltrata os bichos. Estes, não por mera casualidade, foram considerados, numa época, como deuses no Antigo Egito.
O indivíduo, em harmonia com os espíritos menos evoluídos, ganha facilidades em sintonia com os mais instruídos. Gatos, para os aficionados criadores, inspiram lições de agilidade e esperteza. Os felinos, na proporção de habitarem certos ambientes, costumeiramente apegam-se as casas.

Guido Lang
“Singelas Histórias do Cotidiano das Colônias”

Crédito da imagem: noticias.r7.com

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