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terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Ao Todo Poderoso

         O colono, a semelhança dos moradores urbanos, possui suas obrigações financeiras. Ranchos e taxas, como encargos, pesam-lhe nos bolsos. As necessidades de produção tornam-se imprescindíveis para angariar o dinheiro.  A carne, carvão, leite, madeira e ovo assumem importância na produção colonial. A comercialização, para atravessadores, gera as divisas.
Um certo produtor, na época própria, preparou a tradicional área. A cultura de milho, para silagem, ganhou a preferência (em função dos tambos). O agricultor fertilizou o solo, contratou serviço de máquinas, aplicou herbicidas, cultivou sementes, reparou germinação, colocou ureia... “Tudo nos trinques” como manda a prática rural. Um investimento acentuado, para seus esparsos recursos financeiros, num compasso de espera dos resultados.
Ele, tendo concluído as diversas tarefas agrícolas, alevantou os olhos ao céu. Disse, para um amigo, nestes termos: “- As coisas, daqui em diante, dependem da vontade do Todo Poderoso! Ele, conforme manda as chuvas (na época própria ao cereal), define os frutos. Fizemos nossa parte porém não depende somente do capricho e dedicação da gente. Uma trabalheira para chegar a esse ponto!”
Quem trata o cereal, para produção de carnes, nem sempre imagina o trabalho dispendido. Qualquer alimento, até chegar a mesa do consumidor,  perpassa dezenas de mãos e percorre uma infinidade de caminhos. Os desperdícios, em alimentos prontos ao consumo, ostentam-se velado crime (contra os esfomeados e despossuídos). Qualquer artigo, no final das contas, ostenta-se uma dádiva divina.

Guido Lang
“Singelas Histórias do Cotidiano das Colônias”

Crédito da imagem:http://portalhiperon.blogspot.com.br/2011/03/por-que-o-ceu-e-azul.html 

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