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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Milagrosas Mãos


     Plantação de eucaliptos

    Quê as singelas mãos, coordenadas pela inteligência e vontade, não podem realizar? O lugar do nada, num aparente descampado, faz brotar maravilhas. Uma dedicação contínua, no passar dos dias, vai criando cenários e mudando histórias! Inúmeros espaços, nos diversos ambientes, vêem-se inovados e transformados! As cidades, com sua complexidade, são os exemplos típicos da ação humana.
   As mãos milagrosas, a exemplo duma modesta família, revelam facetas do poder de mudança e transformação. A unidade familiar, como quaisquer rurais, degladiavam-se com as dificuldades financeiras. Alimentos, no interior das colônias, não faltaram, porém disponibilidades monetárias foram uma eterna carestia. “Os tachos viviam rapados diante das exigências!” A escassa produção não dava maiores dividendos. Tentava-se, com carvão, criações e madeiras, angariar alguns ganhos. Os preços, diante do baixo poder de barganha (dos produtores), mantinham-se humilhantes. Aumentaram nos mercados, no entanto, tiveram-se baixos/estabilizados nos interiores. O comércio desigual fazia a alegria dos lucros (para atravessadores e fisco).
     A família, numa oportunidade, enveredou-se num viveiro. Produziu mudas de acácia (negra) e eucalipto. As nativas, estando disponíveis nos matos, nada de maior comercialização, portanto, sem produção. Os plantadores quiseram as exóticas. Estas devolviam-se rápidas e forneciam abundantes recursos (de casca, madeira e toras). A instalação de fornos, a combustão do produto, gerou o carvão. Fornos, no interior das antigas lavouras e agora matos, pipocaram aos quadrantes. Caminhões e carretas, de carvão e madeira (em metros), escoavam produtos na direção de empresas e cidades. O viveiro, nesta mudança de ciclo econômico, foi fornecedor principal de plantas.
   Os pedidos de mudas, de inúmeras famílias (das diversas localidades), tomaram vulto. Produziu-se milhares a milhões, a cada safra, no desejo de atender a demanda dos clientes. Estes, num trabalho incessante e persistente, foram transplantando plantas (nas antigas áreas produtivas) e mudando cenários. O processo demorou uns anos e adveio o resultado estarrecido. A família, com modestas mãos e singelos negócios, havia sido instrumento de plantio de localidades. Baixadas e morros viram-se cobertas pelo verde das árvores. O deserto,  através da silvicultura, havia tomado forma. Mãos modestas, nas cotas diárias de criação, foram abastecendo as solicitações e sendo instrumentos duma revolução (verde). O cidadão, conhecedor dos cenários do passado (comparado aos atuais), parece defrontar-se com a lorota ou mentira. Aprecia os cenários coloniais/rurais, tomadas pelo "tapete verde florestal", a semelhança duma onda da outrora Floresta Pluvial Subtropical/Mata Atlântica.
   Façamos as obrigações do cotidiano e, no final da sina, realizamos façanhas (dignas das pirâmides). O indivíduo, nalguma tarefa (vocacionada), salienta-se como excepcional empreendedor! O trabalho anônimo e persistente transforma cenários e realiza milagres! Qual a missão de cada um de nós à evolução do gênero humano?
                                                                                                                Guido Lang
                                                                                               Livro “História das Colônias”
 (Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem: http://www.zun.com.br/plantio-de-eucalipto-no-brasil/

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