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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

As recomendações financeiras


            

   Uns netos queriam saber os segredos econômicos/financeiros da vó. Ela, como moradora do interior e pacata senhora, nunca tivera maiores ganhos, porém mantinha uma excepcional qualidade de vida e ostentava polpuda poupança. Como conseguira avolumar e fazer milagre com os esparsos dividendos?
  Os descendentes, nestas idas e vindas nas suas visitas, queriam detalhes/  explicações: “- Vó! Você advém duma descendência de tradição abonada? Como a família conseguia acumular poupança e terras? Comenta-se inclusive histórias de tesouros enterrados nos tempos  idos das revoluções? Queremos conhecer facetas da sabedoria financeira? Os moradores, no conjunto da vizinhança,  falam e respeitam a bonança familiar. O vó foi o pioneiro em comprar veículo, terras  nas áreas  de colonização, investiu pesado na formação dos filhos?”...
  A geniarca, onde desinteressa o nome, satisfez a curiosidade. Ela, numa conversa informal (no dialeto germânico), foi explicando uns princípios financeiros básicos. Quem, com disciplina e organização, as segue mantém o controle monetário e reservas (ao infortúnio). Carece de labutar de forma adoidada, aborrecer-se com débitos, implorar créditos, passar noites de insônia, receber ligações indigestas... Mantém-se “dono do próprio nariz e tempo”.
  Os princípios básicos, a grosso modo, consistem: “- Nunca gaste mais do que que tuas reais necessidades. Extraia da natureza o imprescindível a  modesta  vida.  Produza sobras no teu trabalho! Gaste menos do que o real ganho. O pouco, de cada dia, cedo avoluma-se em exorbitâncias. Investe, dentro das possibilidades  em boas ferramentas e instalações. O fato aumenta a produção! Carece de emprestar! Quem costuma solicitar empréstimos costumeiramente ostenta-se péssimo administrador/gerenciador dos recursos próprios! Compre à vista  e seja o dono das regras dos negócios! Mantinha ativos ao alcance da mão (para algum excepcional negócio). Para completar, meus queridos, não esqueçam: 'o dinheiro governa o mundo' e excessiva afobação resulta em prejuízos”.
  A beltrana, em poucos anos, pereceu! Um e outro somente seguiu as recomendações. Estes disciplinados e esbeltos mantiveram a tradição da bonança. Outros orientaram pelos impulsos/ventos da modernidade; recorreram ao crédito fácil e rápido. Defrontam- se com o endividamento e carestia; fizeram descaso e alimentam/sustentam as instituições de crédito. O segredo não é abocanhar fortunas salariais, porém gerenciar e multiplicar os dividendos. A fama de pão duro manteve-se no seio familiar.  Deus abençoa quem se abençoa (com conhecimento e mãos laboriosas).
  A mente milionária ostenta-se um princípio básico de um clube seleto de indivíduos. Finanças organizadas mostra-se um motivo de admiração alheia e revela novas oportunidades de negócios. Não basta apenas ouvir os conselhos financeiros, é necessário colocá-los em prática.

                                                                                         Guido Lang
                                                                          Livro: “Histórias das Colônias”
                                                                     (Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem: http://fmanha.com.br/blogs/bethlandim/2011/11/12/roubaram-o-ouro-agora-o-petroleo/

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