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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A habilidade


         Um certo jovem, em função das dificuldades financeiras, foi trabalhar cedo na vizinhança. Esta, com propriedades organizadas a semelhança de microempresas, necessitara de gente corajosa, disposta e esforçada. Ele, como pacato moço dos interiores, foi aceitando conselhos e ensinamentos, nas diversas famílias e patrões. O trabalho braçal e penoso, em meio do sol escaldante, serviu-lhe de escola para assimilar inúmeros conhecimentos, experiências e habilidades.
     Aprendeu, como os jovens tem facilidades de assimilação, uma gama de práticas e técnicas. Sabia, a título de exemplo, afiar ferramentas, cultivar lavouras, fazer roçados, manejar bois, serrar lenhas, zelar pelas criações... Nada de impróprio para um moço saudável e vigoroso! Labutou, neste ritmo, uns bons meses e anos, com vista de assimilar noções básicas da produção (primária) e ganhar seu dinheiro (às confraternizações de finais de semana com os amigos e auxiliar os pais nas despesas de manutenção familiar).
     A fama, de ativo e bom trabalhador, cedo espalhou-se no meio comunitário. Pedidos, como diarista (assalariado) ou meeiro, não faltaram entre as inúmeras famílias de moradores. Achegaram, na conversa do vai e vem (com os amigos), propostas de labutar em empresas. Ele despertou o desejo de migrar. Queria conhecer ambientes diversos, conviver com tipos variados de gente/pessoas, poupar-se do sol inclemente (quente do verão), safar-se de tarefas impróprias (judiadas) da lavoura... Almejava ocupar-se nalguma atividade industrial e urbana. Um emprego com maiores oportunidades e possibilidades de ascensão financeira e social (assim como chances de galgar postos de chefia). Teria direito aos benefícios da legislação trabalhista (nem sempre bem cumpridas a contento no interior das propriedades minifundiárias de subsistência).
    O jovem comentou, a aspiração e propostas, com um compadre; tinha feito inúmeras jornadas penosas com o devido.   Este, ancião experiente e sábio – curtido pelas vivências, disse-lhe: “- Vai! Aproveita alguma das chances! Sairás bem em quaisquer tarefa! Conheces bem o trabalho duro e não reclamas!” “- Como assim?” perguntou o jovem! “- Sabes trabalhar! Quem labuta, dá-se bem em qualquer ambiente e contexto. O laborioso costuma ser bem vindo em quaisquer lugar e país” completou o senhor. O tempo, em poucos anos, comprovou a profecia. O cidadão tornou-se um próspero (empreendedor) e modelo de ascensão social. Uma referência, no seio comunitário, para aumento do fluxo migratório dos jovens rurais na direção das cidades.
   O cidadão, dedicado, habilitado e trabalhador, mostra-se sempre bem vindo! Aprender o modesto com vistas de vislumbrar o complexo (ostenta-se sabedoria de ousados). Ouvir, olhar, fazer e refazer mostra-se ensaio para excepcionais aprendizagens.  Pedir ideias e opiniões, dos mais experientes e vividos, demostra esperteza e inteligência. Os pais criam os filhos para o mundo e eles precisam seguir sua sina!
                                                                                                  
Guido Lang
Livro ”Histórias das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem: http://escolasalome.blogspot.com.br/2010_11_01_archive.html

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