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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O princípio da honestidade


     

    Um certo pai mantinha uma paixão ao escambo: fazia continuamente “algum rolo” (negociatas) para comprar e vender animais e produtos coloniais. Alguns negócios, em diversos casos, nem mantinham-se tão honestos: deixavam dúvidas nas transações. O curioso: fazia negócios bons e ruins assim como nada de significativo no acúmulo de dividendos. Diversos moradores o conheciam e ofereceriam bens, que absorviam deslocamento e tempo para efetuar negócios. O interessante relacionou-se, no tempo, com a paixão assimilada pela prática: encontrava-se, no final, mais pelas estradas do que pela propriedade. Ganhava um pouco aqui e acolá nas negociações porém deixava de produzir nas terras.
     Outra realidade cruel apresentou-se ao cotidiano familiar! Como ensinar o amor a convivência e trabalho na proporção das constantes ausências (aos filhos menores)? Transmitir os princípios da honestidade no contexto dos negócios duvidosos? O pai mostra-se um protótipo familiar e não dava para ensinar no ambiente onde faltavam exemplos. Sucedia-se o tal “faça o que eu digo porém não faça o quer eu faço”. As atitudes e os exemplos falam bem mais alto que inúmeras explicações e palavras.
     O idêntico aplica-se num país: o Governo Federal precisa ser o primeiro a fazer valer e obedecer sua legislação. Não exigir uma prática da iniciativa privada e este, nas suas instituições, adotar outra. O cidadão inspira-se na União para definir obrigações e posturas. Este mostra-se uma espécie de pai da nação. O país para ficar grande, no conjunto da nações, necessita ter coerência e eficiência para o povo seguir as resoluções. O tamanho, em população e terras, unicamente não passa para o reconhecimento no páreo das grandes civilizações.
    A honestidade, apregoada por muitos, mostra-se uma virtude de poucos no cotidiano da vivência. A transparência, nos atos e atitudes, mostra-se o melhor bálsamo à consciência; permite sonos serenos na companhia dos travesseiros.

Guido Lang
Livro "Histórias das Colônias"
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem: http://www.infoescola.com/pecuaria/gado-nelore/ 

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