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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

As acaloradas discussões


   

   Algumas plantas, no contexto duma horta, envolveram-se numa acirrada conversação. Elas, de maneira nenhuma, chegaram a uma definitiva conclusão. O debate e as disputas estenderam-se por meses e, ocasionalmente, o tema vinha a dona. Parecia uma querela infindável nas conversas comunitárias.
   A causa da acirrada conversa e discussão relacionava-se a bondade ou malícia humana! Algumas espécies, como a alface, beterraba, chuchu, couve, nabo, rabanete, repolho e salsa achavam a espécie deveras bondosa/caridosa. Esta, em inúmeras situações, adubava, irrigava e removia o solo. As plantas, dessas espécies, ganhavam uma atenção especial. Elas, de maneira nenhuma, poderiam falar mal ou queixar-se! Estariam fazendo uma tremenda injustiça! Procuravam, no contexto dos seus diálogos, endeusar o gênero homo sapiens. Algum ousado, daqueles bem fanáticos, dizia: “-Deus nos céus e os homens na Terra!”. Uma impossibilidade de convencer estes do contrário!                                                                                                                   
     A outra corrente, de um ódio mortal contra o gênero humano, eram os diversos tipos de inços. A cebolinha, carqueja, grama, guaxuma e picão alimentavam uma raiva indescritível. Uns poucos davam-no como o diabo em pessoa! Um inferno, de carne e osso, a destruir ambientes e semelhantes. Ouviram falar dos genocídios das capinas e lavrações. Ambientes verdejantes, dominado por gamas de espécies, tornaram ambientes inóspitos e mortos em função de alguma única nebulização. Inexistia, para falar aos jovens, palavras adequadas e de teor suficiente para descrever a astúcia e ousadia desses “animais inteligentes”.
    Algo semelhante, a cada quatro anos, sucede-se na política! O eleitor escolhe entre a manutenção ou renovação de administrações. Uns, os beneficiados, enxergam uma excepcional gestão, que deveria continuar nos próximos anos. Poderia manter e trazer outros “vários benefícios comunitários” conforme os partidários. Os adversários alimentam uma oposição ferrenha! Querem ceifar certos benefícios a grupos. Eles tomarem as rédeas do mando e vantagens. O poder de convencimento a estes se mantém restrito!
   As opiniões variam de acordo com os benefícios e vantagens de cada qual. Quaisquer governos agradam uns e desagradam outros! Os recursos públicos são comunitários e daí a importância da equidade na aplicação e distribuição. Nenhum governante, nos órgãos públicos, pode transformar o espaço em serventia da casa!

Guido Lang
Livro “Histórias das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Horta_(agricultura)

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