Translate

domingo, 7 de outubro de 2012

A ilusão do guapuruvu



Uma majestosa árvore, da espécie do guapuruvu (Schizolobium parahyba), encontrava-se localizada numa estrada geral. Mantinha-se uma referência no lugar. Esta levou décadas ao seu desenvolvimento. Imaginava-se parte do patrimônio ambiental. Entendia-se segura em função da existência duma legislação ambiental de proteção assim como pela sua excepcional beleza.
O tempo transcorreu e nada de maiores ameaça e aborrecimentos. O fato mudou unicamente na proporção do dono (da escritura pública) edificar uma casa. A altura e grandeza tornaram-se um perigo  à construção, quando, numa ocasião, ocorreu o inimaginável. Passaram-lhe, num domingo de manhã, uma motosserra no tronco, retalharam galhos e colocaram produto químico (na cepa para o extermínio). Ficou o cenário como  se nunca tivesse existido nada naquele espaço e nenhuma coisa pôde ser feito para recompôr o ato. A árvore teve a ilusão de ter sido dono daquela área.
O idêntico aplica-se aos donos de terras, que encontram-se lavradas em escrituras públicas. Os contribuintes gastam enormes dispêndios (em dinheiro e tempo), no que acham-se proprietários. Eles são diante da legislação porém compraram unicamente o domínio sobre uma “camadinha do solo” (o subsolo, conforme a Constituição Federal, ostenta-se da União). O poder central cede os direitos na proporção de  não precisar do espaço para fins de utilidade pública. A desapropriação advém conforme as necessidades  e os valores da indenização são fixadas pelos critérios destes (governo). Uns, achando muito donos, “degladiam-se até a morte” para preservar posses,  no que não passa duma ilusão. Os bens, na prática, são um empréstimo e paga-se onerosos impostos e taxas para usufruir deles.
O prazer da vida consiste em viver dias felizes e significativos, e nada de desperdiçar o precioso tempo pensando em ilusões. Somos, no máximo, donos do nosso conhecimento e vida, quando, ao material, possuir o suficiente empréstimo para ostentar qualidade de vida. O indivíduo imagina certas realidade porém a prática quotidiana revela-se efêmera!

Guido Lang
Livro “Histórias das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem: http://terradeusa.blogspot.com.br/p/o-labirinto.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário