Translate

sábado, 29 de setembro de 2012

O suplício da amoreira


 

     Uma singela semente caiu na beira da autoestrada, quando, em meio ao gramado, nasceu um arbusto. A planta, em função do descaso com a limpeza do lugar, pode desenvolver-se sem maiores empecilhos.
    Um grupo de trabalhadores, um belo dia, efetuou um roçado, quando a parte aérea viu-se ceifada do vegetal. As raízes mantiveram-se fortes para permitir a rebrotação, que criou folhas e galhos. A amoreira (Morus nigra), em poucas semanas, viu-se cortada e rebrotada, quando o fato sucedia-se de forma rotineira. O vegetal, apesar da amarga experiência do frequente corte, jamais desanimava da vida. As raízes ampliaram-se e engrossaram, no que mantiveram o contínuo desejo de sobreviver. As dificuldades almejavam suprimi-la deste mundo, todavia a vontade de permanecer existindo era mais forte.
    A existência de muitos indivíduos assemelha-se aos suplícios da árvore. Estes, em meio às carências e obstáculos, mantêm a alegria e satisfação de viver.

Guido Lang
Livro “História das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-Brasileira)

Crédito da imagemhttp://www.tudosobreplantas.com.br/blog/index.php/artigos/amora-preta-uma-fruta-antioxidante/

Nenhum comentário:

Postar um comentário