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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

As queixas a São Pedro


         A sabedoria popular atribui a Pedro, discípulo de Jesus, a sublime missão de coordenar o tempo. Conta-se que São Pedro, como novo santo, recebeu a nobre tarefa do Deus Pai, quando este, após o seu martírio, “achegou-se aos céus”. Este, como alma boa e inexperiente na sublime missão, resolveu dar ouvidos, nos primeiros trabalhos, aos interlocutores humanos. Procurou ouvir as pessoas sobre seus desejos das condições meteorológicas, quando almejava atender a inúmeras perspectivas. Na tradição oral afirma-se “atender a gregos e troianos”.
As pessoas cedo deixaram São Pedro atordoado. Alguém pediu chuvas; muitos, tempo bom; outros preferiram dias nublados... Estabeleceu-se uma confusão generalizada, quando havia chuva, tempo bom, dias nublados... Os humanos também deram-se por insatisfeitos e os mais inconvenientes rogaram pragas. São Pedro, diante da bagunça, pediu conselhos ao Criador, que lhe sugeriu seguir a velha sina. Este, de maneira geral, descreve desígnios inimagináveis sobre o estado da mãe natureza, quando a pequenês humana, com todos os artefatos científicos auxiliares, incompreende as oscilações climáticas. As previsões e profecias são muitas e variadas, porém não seguem o rigor dos propósitos humanos.
São Pedro, alheios aos clamores, elogios e lamúrias, procura cumprir sua tarefa, que segue os critérios naturais da Terra. Os homens precisam aprender a adequar-se e prevenir-se da mãe natureza e não querer enquadrá-la nos seus caprichos. Enchentes e estiagem advirão e integram a sina da história geológica do planeta.

Guido Lang
Jornal O Eco do Tirol, p. 03
05 de julho de 2005

Crédito da imagem: http://www.kidnoel.com/kidnoel/view.php?idc=2&sidc=1484

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