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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A pedra metida


        
          Uma pedra de médio tamanho, recém descoberta pelas águas do córrego, se encontrou perto de um agradável bosque onde iniciava uma trilha de campo ladeada de grama e de coloridas flores campestres. A pedra seguidamente olhava para baixo e via outras pedras, iguais a ela, colocadas em ordem numa bela estrada. Teve vontade do rolar lá em baixo pensando: “Que estou fazendo eu aqui no meio desta grama? Seria bem melhor se eu morasse com as minhas companheiras”.
Tanto fez que rolou entre as companheiras, terminando na bela estrada movimentada. Começou dali a pouco a ser empurrada pelas rodas dos carros, pisoteada pelas ferraduras dos cavalos e pelos pés dos viajantes, e assim, rolada, amassada, lascada, sujada pelo barro e pelo esterco dos bois e dos cavalos. Em vão olhava para o alto de onde tinha saído, lugar solitário e tranquilo.
Isso acontece àqueles que, acostumados a uma vida solitária e contemplativa, passam a morar nas cidades, entre pessoas carregadas de problemas sem fim (Leonardo da Vinci).

            (Fonte: Martellini, Antônio. Livro: Clonagem, Apocalipse e Outras Fábulas).

Crédito da imagem: http://alexandriacatolica.blogspot.com.br/2011/08/casta-adolescencia-mons.html

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