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sábado, 4 de agosto de 2012


O ASSOBIO

Um ingênuo menino, começando as noções de economia, foi agraciado com um certo valor monetário. Este ficou muito faceiro e não sabia como gastar o dinheiro. Procurou, noutro dia, ir numa loja de brinquedos, quando compraria algum joguinho.
Ele, no percurso de ida, deparou-se com um camelô, que oferecia assobios. O som envolveu-o e pagou caro pelo artefato. O menino deu o seu precioso dinheiro em troca duma “felicidade”. A criança, por uns momentos, ficou contente com a sua compra, porém passou-lhe despercebido o tormento dos familiares. Os estridentes assobios infortunavam pais e vizinhos, que externaram comentários generalizados. Alguém perguntou-lhe pelo valor pago pelo “insuportável barulho”, quando mostraram-no o exagero. O aparelho do assobio nem valia um décimo da quantia despendida; orientaram-no das coisas apetitosas e bonitas, que poderia ter comprado com o valor pago.
O menino, no seu impulso e carência de prudência, chorou de raiva e remorso, porque conheceu o desgosto causado pelo arrependimento e a efemeridade dos assobios. O fato ficou na memória do menino, que, uma vez adulto, relembrava-se do assobio a cada dinheiro desprendido. Ele, no consumismo barato que ronda o mundo, vê como muitos deixam-se fascinar por "assobios nas suas contas diárias".
O trabalho e a economia são o único modo de enriquecer de forma sólida. O indivíduo, a todo instante, depara-se com “a venda de assobios”. O dinheiro e o tempo são conquistas irrenováveis, por isso não podem ser desperdiçados.

Guido Lang
Jornal O Eco do Tirol, p. 03, edição 031
23 de julho de 2005
Livro "História das Colônias"

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