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sábado, 6 de agosto de 2016

O apurado remédio


O colonial, na juventude, contraiu imprópria doidice e glória. As citações, em ocorridos, perpassavam em alongadas paragens. Os exaltados comentos, em aborrecimentos, caíam em “briguento e encrenqueiro”. O brio, no juízo, decorria de exemplo e legado. O camarada, na presença em eventos, tratou de “criar histórias”. Os bailes e jogos (no futebol amador), no usual das passagens, eram “sagradas artes das agressões”. A bebedeira, no mediano da folia, calhava no “amor da confusão”. A deficiência policial, na essência das linhas, jazia no fraquejo da atuação (estatal). Certo pré-ajustado, entre festeiros, exteriorizou ação e instrução. O sujeito, na criação da usual encrenca, contraiu cavalar surra. A imploração, na tunda, acorreu no receio de exaurir vida. O contraído, na amarga aflição, trouxe ulterior cura. O claustro, no “santo remédio”, serenou inquieto espírito. A faina e família, na distração, caíram no cerne dos ofícios. “Quem falta em aprender na afeição, educa-se no peso da dor”.

Guido Lang
         “História das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.aranoticia.com/

domingo, 31 de julho de 2016

A curiosa restrição


O locatário, no espaço urbano, alocava exato prédio. A avantajada localização, no terreno de esquina (no entroncamento de ruas), acorria no relevante aluguel. A instalação, no próprio do restaurante, sucedeu na edificação. A locação, na criteriosa feita, acudiu no inábil empreendedor. A imobiliária, em trâmites burocráticos, atentou na intermediação. A exorbitância, no valor da locação, atrapalhou negócio na crise. A freguesia, no ritmo do desemprego, conheceu retração. Os encargos, em fisco e manutenção, mantiveram-se estáveis. Os serviços, no negativo, advieram na arrecadação. O locador, no desespero (da dívida e falência), tomou atitude extrema. O sacrifício, no enforcamento, aconteceu no interior do imóvel. A sequela, na badalada ocorrência, criou renome de funesto. A depreciação, em novos arrendatários, ficou difícil. Os comércios, em economias instáveis, decorrem em fortes oscilações. Os aluguéis, aos inquilinos, decorrem em dinheiro irrecuperável.

Guido Lang
“Histórias do Cotidiano Urbano”

Crédito da imagem: http://50anosdefilmes.com.br/

O esquadrinhado gato


O sujeito, no habitante urbano, criou-se nas carências e dificuldades das colônias. A luz caía no proveito do lampião (querosene). A condução decorria na serventia da bicicleta. As ingestões sucediam da produção própria... A economia, na instrução familiar, caía em filosofia de vida. O costume, no desperdício, atentava na aversão. O proveito, em itens, acontecia nas admissíveis probabilidades. O excesso, em gastos, ruía na compressão de assalto. A faina, na execução, acudia na efetiva produção material. O idêntico, no consumo da energia (elétrica), sobrevinha na conduta. Os excessos, em bandeira, imposto e taxa (na conta), induziram em artigo de luxo. Os utensílios, em banal chuveiro, rádio, refrigerador e televisor, afluíam no elementar uso. Os técnicos, na distribuidora de energia, duvidavam de tamanha “economia de guerra”. A inspeção, na unidade consumidora, acorria na constância. A suspeita, na medição, havia a todo custo em “desvendar gato”. O encareço cai em contenção. O abuso, em tarifa, cheira em insulto.

Guido Lang
“Histórias do Cotidiano Urbano”

Crédito da imagem: http://g1.globo.com/

O recurso da água


Os habitantes, no inchaço populacional, advêm no problema do abastecimento d’água. A rede comunitária, na extração do líquido (do principal rio), incide na péssima qualidade. O consumo, na cozedura e ingestão, incorre no risco das moléstias. Inúmeros residentes, no redobrado dispêndio (compra de bombonas e taxa), apelam ao paliativo. As esparsas bicas, no disseminando urbano (na cidade regional), mostram-se requisitadas. Múltiplas famílias, numa ocasião semanal, “afluem em romaria” (na multiplicidade de invólucros). As pessoas, na água natural, abastecem numerosos e volumosos recipientes. A dificuldade maior, no comum, sobrevém das esperas. A franca vazão, em canalizadas bicas (de domínio público), institui demora e fila. O ardil, na frequência, precisa ocorrer em horários melindrosos. O povo, no encargo, trata de arranjar saídas. A “dor no bolso”, no conjunto das carezas, força achar solução. As precisões, na péssima classe dos serviços (públicos), incidem na afronta aos contribuintes.

Guido Lang
“Histórias do Cotidiano Urbano”

Crédito da imagem: http://blogtiotano.blogspot.com.br/

A artificial essência


A cidadã, no lugar das colônias, cunhou-se na infância e mocidade. As tarefas, em afazeres rurais, caíam no exemplo das capinas, colheitas, plantios, tratos... A agricultura familiar de subsistência, na pequena propriedade familiar, advinha no meio de sobrevivência. O consórcio, na certa idade, ordenou mudança. A migração, em campo-cidade, conduziu na “vida artificial”. Os ambientes, no “enclausurado urbano”, emanaram em choros e queixas. A vida, no resguardado das edificações, sobreveio na “doença de espírito”. As dores, em múltiplos remédios e terapeutas, fraquejaram no resultado. Os efeitos, no conjugado dos gastos, viram-se medíocres. O regresso, nas “raízes da natureza”, caía em “bálsamo e sopro de vida”. A pessoa, na infância, assimila os princípios básicos da essência. As cidades, nas adequações e restrições, reforçam depressões e neuroses. O sujeito, na curta vivência, deve olhar pela alegria e sentido. A riqueza, na saúde, consiste em atender os clamores d’alma.
Guido Lang
“Histórias das Colônias”

Crédito da imagem: http://sweettdreams-h.blogspot.com.br/2012/01/robert-duncan.html

Pintura do norte-americano Robert Duncan.

sábado, 30 de julho de 2016

Os enjaulados entes


As crianças, na sorte grande, nasceram no fausto e riqueza. Os pais, em bem sucedidos empresários, oferecem “o céu na terra”. O dinheiro, no par de filhos, compra as “mordomias do consumo”. A grana, no avultado, carece de ser dificuldade, porém solução dos problemas. Os seres, na circunstância do convívio (urbano), coexistem no enclausurado. A família, nas necessidades, “apanha e larga na garagem do prédio”. O veículo, no blindado, conduz nas múltiplas direções. As saídas, no exemplo das andanças em parques e ruas, incidem na completa inviabilidade. O convívio, no interior do condomínio, cai no destino. O receio, na descomunal guarida, sobrevém da segurança. A fobia, em sequestro relâmpago, acode na imaginação. A alastrada criminalidade, na incerteza, condena adotar cuidados. A estirpe, na fortuna empilhada, teme atuação da bandidagem. A liberdade, na facilidade das saídas e vindas, acorre em aspirações. Os aforados, no habitual, convivem na agonia da solidão.

Guido Lang
“Histórias do Cotidiano Urbano”

Crédito da imagem: http://www.finocredito.com.br/
Imagem meramente ilustrativa.


O ardil da reeleição


O certo vereador, em módico negociante (de linha), reelege-se na sucessão das legislaturas (municipais). Os residentes, em parcela do retirado lugarejo, conhecem “ardil do ente público”. O negócio, no manobro humano, imita molde do “dono amansar cachorro”. Os naturais, no usual, atribuem escassa estima ao aprovado direito. O eleitorado, nas três centenas de apoiadores (no universo dos dois mil eleitores), aferem-se trocados no mimo. As festas, nos casos das sextas-feiras, acodem regadas na gratuita carne (churrasco) e cerveja. O carteado, no armazém, completa distração e paixão. Os afeiçoados, em alongadas distâncias, afluem em excepcionais amigos. Os parceiros, no ensejo do pleito, restituem confiança e elegância. A tarefa, em vereador, aufere bom salário. A cobrança, na inspeção, segue limitadas ciências. O negociante, na certa feita, afiançou: “O complicado, na política, versa em manter-se certo e honrado”. Os ingênuos, no banal benefício, comerciam benzido sufrágio.

Guido Lang
“Histórias do Cotidiano Político”

Crédito da imagem: https://kekanto.com.br