A mulher afligia-se no
detalhe. Peças de roupa, no espaço cercado e fechado do prédio, sumiam da varanda
do apartamento. Um enigma atribuído a algum fantasma!
As hipóteses foram variadas
nos palpites. As aspirações visavam decifrar a charada. Olhos atentos abrangeram
os quadrantes. Algum chamariz serviu de tentação!
O curioso: as peças,
escolhidas a dedo, sumiam misteriosamente no varal estacionário. As queixas, a
imobiliária, relacionavam a dupla chave. A empresa abdicava do argumento!
Um assalariado, no
serviço da fábrica, viu-se liberado no imprevisto. O fulano, na casualidade, achegou-se
antes do normal à moradia. O panorama via-se de mão na botija!
O espetáculo exprimiu-se
prodigioso. A habilidade e ousadia saltavam aos olhos. O gênio humano direcionava-se
a esperteza e estrago. A escolha recaía nos exemplares íntimos!
A vizinha, no andar de
cima, fisgava com anzol as unidades. O caniço, com manivela, permitia excepcional
pesca. O segredo, no súbito, despontou a realidade dos acontecimentos!
Uns, por ninharia, cunham
inadequada fama. A inadequação, aos quatro ventos, propaga-se nas conversas. Artifícios,
até no velório, veem-se relembrados nas histórias!
O ladrão, no imprevisto, denuncia-se na vadiação. A
generalizada roubalheira dissemina-se na impunidade!
Guido Lang
“Crônicas das
Vivências”
Crédito da imagem: http://mueller.ind.br/