A anciã, na benzida
essência, nutria acanhado segredo. A longevidade, no ardil da existência, traduziu-se
em aguçada e dadivosa. Os cem anos, na exceção de parcos meses, foram alcançados.
O anseio, na alegria e esperteza, versou em acrescentar ocorrências e
primaveras. A insuficiência respiratória, no súbito, interrompeu incrível
trajetória. O mistério, no desafio das décadas, consistiu em instituir-se jovem.
Os anos, na estratégia, eram calculados para baixo. A senilidade via-se anunciada
na subtração. A lucidez, na destreza da imaginação, sucedia nas bisbilhotices e
informações. As dificuldades, na extensão do admissível, incidiram na calma e paciência.
Os pessoais, entre filhos, netos e bisnetos, eram alegria e referência. O desenlace,
na final viagem, incidiu na escolha do oportuno vestuário. Os anos
encarregam-se de ensinar o valor da vida. A pessoa, nalguma feição, sustenta
singular ciência. A idade, no agitado e delongado,
incide em presente e sabedoria.
Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”
“Fragmentos de Sabedoria”
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