Pai e filho, em três esporádicas
oportunidades, passaram diante duma tradicional venda. Os forasteiros,
acompanhados do legendário burro, iam e vinham dumas visitas.
Diversos moradores,
no baralho, compras e conversas, mantiveram-se reunidos no interior do
estabelecimento comercial. Estes, num observar do fluxo de passantes, viram o
trio circular pela estrada geral.
Alguns, movidos pela
curiosidade (tão comum nas colônias), necessitaram externar suas graças e
observações. O interessante, nas afirmações, relacionou-se as leituras dos
fatos.
Estes, nos três
momentos, versaram:
Primeiro: O pai ia
montado e o filho conduziu o animal. A opinião consistiu: “Quê pai durão! Ele
não tem pena da criança! Pensa só no seu bem estar! Bem que poderia deixar o
menino andar!”
Segundo: O filho andou
no bicho e o genitor conduziu as rédeas. Opinião: “Quê vai dar com esse jovem?
Este, agora já, carece de maior padecimento do pai! Imagina como será na
velhice! O genitor certamente acabará esquecido!”
Terceiro: Animal,
filho e pai caminharam diante do estabelecimento. Opinião: “Dois burros
conduzindo outro burrico! Bem que um dos dois poderia montar no animal! Quê desperdício
de pernadas! Aja limitada inteligência nisso!”
As pessoas fazem suas leituras das realidades e situações.
O sábio, com pouco interesse nos comentários e falatórios, segue sua rotina e sina.
As falas e opiniões, na proporção dos interesses, mudam de direção e discurso.
Guido Lang
“Singelos Fragmentos
das Histórias do Cotidiano das Vivências”
Crédito da imagem: http://semverdades.blogspot.com.br