A localidade, situada
lá nos cafundós (“onde o Judas perdeu as botas”), viu-se abalada e movimentada.
Um morador, na casualidade, deparou-se com espécie rara da outrora fauna!
A tradição oral
relata do habitat natural da espécie. A devastação da floresta, nos primórdios
da colonização, causara o afastamento e extermínio de exemplares!
O gato do mato,
outrora comum, deu os ares da graça. O rejuvenescimento da floresta, somada ao
desenvolvimento da silvicultura, permitiu o achegar e vislumbrar da espécie!
A patrulha ambiental,
diante os ataques e prejuízos nas criações, viu-se acionada. Os profissionais, diante
da astúcia e esperteza animal, ficaram “a ver navios”!
Os moradores, num
comparativo aos políticos, estabeleceram uma curiosa correlação. Quem mais
aparece no lugarejo: os felinos dos matos ou os políticos de cargos públicos?
A presença externou: “-
A realidade, fechada às urnas, revela que é bem mais fácil deparar-se com a espécie
do bioma do que encontrar algum político circulando pelos interiores”.
O eventual
forasteiro, como estatista, pode ser ainda confundido como eventual larápio. Os
naturais, com a cachorrada, poderão colocar a correr o vivente!
Os eleitos, depois de
angariados os votos, ostentam-se ausentes e indiferentes. O abandono público, em
inúmeros exemplos, assume ares da ausência ou desleixo!
Os eleitores, selecionados em seus pares, possuem os políticos
dignos das crenças e práticas. O rejuvenescimento de espécies, entre encostas e
morros, tem sido uma sina nalguns lugarejos coloniais!
Guido Lang
“Contos do Cotidiano
das Vivências”
Crédito da imagem: http://www.big1news.com.br