O vizinho, na curta e
estreita rua, improvisou estacionamento e garagem. O estrito espaço, na moradia,
adicionou os puxados. O pátio, no parco terreno, abriga quatro famílias.
Animais, no domicílio,
ostentam feição de zoológico. Distinta idolatria, nos caninos e felinos,
soma-se aos automóveis. Dois espaçosos, no feitio de sucata tecnológica e “veículos
presidenciais”, inserem-se no recinto. A bucólica garagem caiu na carência e miséria.
O recurso, nas consecutivas
manhãs, incide nas barulhosas manobras. Um carro, no achaque, costuma ser estacionado
no portão (de estrada do achegado). O estorvo ocorre nas semanas. Os pedidos, em
esporádicas ocasiões, sucedem na cedência e uso da alheia garagem.
A indefinição, nos
objetivos e propósitos, conduziu a imprópria solução. A improvisação, na aquisição
e manutenção de patrimônio, introduziu ares de cortiço e ferro velho. Os
próximos, no barulho e deslocamento, acabam aborrecidos e atingidos.
Os veículos, na excessiva cifra, tornaram-se um empecilho
e problema. Os burlescos artifícios, na distraída advertência e reparação,
servem de ensino e esperteza.
Guido Lang
“Singelas Crônicas
das Vivências”
Crédito da imagem: http://www.imagemfacebook.com.br/