A tradição oral, com
relação a alcunha de teuto-brasileiros de “alemão Kathofler”, registra a
seguinte história. As fomes, até as grandes navegações, eram comuns na Europa
Central. Uma região super-povoada via-se esfomeada, até o advento da introdução
da batata (Solanum tuberosun). Esta, sob várias variedades nos
altiplanos da Cordilheira dos Andes no Peru, cedo despertou a curiosidade e o
interesse dos primeiros exploradores espanhóis, com Francisco Pizarro (1475 –
1541), foram conquistar o Império Inca. A batata americana, de fácil adaptação
e de inestimável valor alimentício, logo chegou aos Estados Alemães, quando
difundiu-se nas propriedades e tornou-se de amplo cultivo.
Os agricultores, muitos
semi-servos da gleba ou de propriedades diminutas, plantaram-a nos pequenos
lotes, quando dava uma elevada produção. Esta, em meio à carência de outros
produtos agrícolas, via-se consumida amplamente, porque, com o seu peso,
“enchia a barriga”. O preparo, numa infinidade de pratos, tornou-se uma
realidade, quando as corriqueiras fomes viram-se freadas. A alemoada, nas
diversas refeições, apreciava-a, quando adveio a expressão “alemão comedor de
batata”. O gosto e o termo, pela batata, veio trazido pelos imigrantes, quando
tornou-se uma alcunha do conjunto de alemães e teuto-brasileiros.
O indivíduo e a família,
ser dos “alemão batata”, tornou-se sinônimo de orgulho, porque a cultura
germânica transparece na realização do gênero humano. A descendência, nos
cantos e recantos do mundo e nas infinidades de afazeres do trabalho, tem-se a
presença de alguma descendência dos “alemães–batata”. Estes cedo salientam-se
pelo capricho, dedicação, persistência, poupança, teimosia, trabalho... A
descendência, apesar da mudança de hábitos alimentares, continua “adorando uma
boa batatada”, que, com frequência, não falta às mesas e na lavoura ganha seu
plantio anual. Alguém portanto chamar-lhe de “alemão Kathofler” é motivo de elogio
e satisfação, porque enobrece a grandeza do espírito germânico e insere-o na
vasta comunidade teuto-brasileira.
Guido Lang
Livro “Histórias das
Colônias”
Crédito da imagem: http://v1.portalhoje.com/tag/futebol/page/3
Cheguei aqui agora e adorei a explicação. Sugiro apenas uma correção... Trocar o kathofler por kartoffel, ja que a segunda palavra é que significa batata em alemão...
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