A senhora, na calada da
manhã, toma a esquina duma movimentada rua. Ela, nos sessenta anos e tanto,
procura reforçar o orçamento com alguma esmola.
O sereno e umidade, nos
ares do inverno, levam-a a cobrir com alguma manta a cabeça. Esta, na proporção
da sinaleira aberta, assenta-se numa pedra (como improvisada cadeira).
Um pedestre, com idade de
ser seu filho, passa no logradouro público. Ele, num momento,
assusta-se com a ímpar presença. A pobreza choque-lhe o coração!
O cidadão, numa rápida
auto-reflexão, interroga-se: “- Quê será que sucedeu com a fulana? Quais os
infortúnios da precária condição econômico-financeira? Será que carece de
receber algum benefício? Os filhos e netos onde andam?”
O camarada, com alguma
sacola de frutas, oferece umas cortesias. As bergamotas, laranjas e limas,
levadas como merenda particular, podem ser escolhidas a bel prazer!
Ela, num assombro com
a espontaneidade, parece não acreditar na bondade e gentileza! A
fulana, num rápido olhar, encara o doador! Um leve sorriso salta-lhes nos
lábios!
A fala, num instante,
estendeu-se: “- Moço! Deus lhe pague o favor!” Este, como anônimo e singelo
anjo, alegrou-lhe o espírito! O pouco fez diferença no âmbito geral!
O dinheiro nem sempre
mostra-se a melhor escolha como doação! Os donativos, do estômago, revelam a
real necessidade ou não da caridade!
Faça o bem sem olhar a
ninguém! “O indivíduo precisa ser muito especial com quem poderia ser sua mãe
ou pai!” O amanhã, nos seus infortúnios e sortes, só Deus abençoa e sabe!
Guido Lang
Crédito da imagem: http://novooqeisso.blogspot.com.br