O lagarto, no
interior da tubulação, sentia-se deveras resguardado e sossegado. O refúgio, no
interior do chão, pintava alheio a abrangência humana. As esporádicas saídas,
na necessidade de alimentação, aconteciam no gosto das acaloradas e ensolaradas
tardes.
O pátio, na
propriedade, caía na atrevida visitação. Os ovos e pintos, nos assaltos as
aves, ocorriam na distração do criador. As galinhas, na inoportuna presença, circulavam
na atenção e precaução. O alvoroço, na singular manifestação, delatava ataques
e presenças.
O sujeito, na
condição de brutal, inovou no engenho da caçada. O artifício, na alongada
taquara, assentou estopa. Os tecidos, umedecidos na gasolina, foram introduzidos
num buraco. Os cães, noutro orifício da tubulação, advinham na expectativa e
tocaia.
O animal, no sufoco
das chamas e fumaças, procurou livrar-se das circunstâncias. A existência, na carência
de oportunidades, aprontou tolhida. Os Homens, nas avarias, faltam da clemência
e regular sequelas. Os problemas peculiares exigem singulares soluções.
O costume e habilidade, na agilidade e receio, perdem
diante da inovação e razão. A ferocidade, na exaltação, faz os humanos
sobrepujarem os irracionais.
Guido Lang
“Singelas Crônicas
das Colônias”
Crédito da imagem: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Lagarto-marau-rs-dsc00972.jpg