O criador, na idolatria
por cães, ergueu modesta divisória. Os caninos, no vizinho, abandonariam achaques
e incomodações. Os ladridos e odores cairiam na redução (do próximo). O cercado,
no metro de altura, tomou direção no apertado e ocupado chão.
O morador, filho das
colônias, procurou inovar na construção e imitação. O sujeito, nos espectros e latidos,
sentiu-se atingido. A habilidade, no paralelo, armou outro paredão (na bruta
pedra e viga). O assombro, na divisa, aponta obra erguida na força e realeza de
duas muretas.
A obra, na afobação e
improvisação, revelou-se fora do esquadro. Os dois metros, no contraste do cenário,
assinavam antipatia e divisão. Os curiosos, na rodovia principal, conjeturavam o
bizarro artifício. O exemplo, na relação, constituíra curso do lamentável.
O mostrengo, no exercício,
fazia “alusão ao Muro de Berlim” (1961-1989). As lembranças, na Guerra Fria
(1945-1989), faziam referência à divisão do berço e povo dos ancestrais. O fantasma
de pedra, no despertar e repousar, avigorara horror e raiva.
O
efeito, na excessiva proximidade, resulta na aversão. As pessoas, nas atitudes
e garantias, adoram instituir divisórias e separações.
Guido Lang
“Singelas Crônicas
das Vivências”
Crédito da imagem: http://www.1zoom.me/