Uma família, depois
de um suado e trabalhado ano, foi tirar as devidas e merecidas férias. O local
escolhido ostentava-se uma conceituada praia. Estas folgas, planejadas e
sonhadas a um bom tempo, tiveram o devido cuidado com os detalhes financeiros.
Alguma reserva, em forma de dinheiro vivo, foi carregado na bagagem. O
objetivo, num primeiro momento, consistia em abster-se de correr e procurar
alguma agência bancária/caixa eletrônico para saques.
A família, de quatro
membros, achegou-se a casa pré-alugada. Os materiais, em forma de bagagem,
foram descarregadas do veículo. A ânsia e a pressa, de imediato, foi correr na
direção das águas do mar. Os membros queriam usufruir do devido e merecido banho.
Este almejado e imaginado a uns bons meses. O intenso calor, do momento da
viagem, ainda reforçaram as necessidades e pretensões O genitor,
como pessoa tarimbada pela sabedoria da vida, manteve uma apressada e singela
cautela e precaução.
Os “espertalhões e malandros”,
disseminados e a espreita nos inúmeros espaços, ficaram de tocaia (diante dum
eventual cochilo alheio). Visitantes novos, dinheiro na certa, como medida de
precaução contra imprevistos. Um trio, com um elemento dando cobertura a
transgressão, foram vasculhar o interior da residência pré-alugada. Os
invasores, de forma minuciosa, viraram e reviraram os bens e materiais alheios.
Estes, na afobação e pressa, devassaram o ambiente e nada do almejado dinheiro
aparecer. O forasteiro deveria carecer deste ou guardá-lo nalgum lugar
excepcional. O espaço, nos cantos e recantos do cubículo, foram vasculhados e
nada. Quê frustração e risco aos oportunistas!
O cidadão, como camarada astuto e
esperto, tinha guardado o numerário num lugar impensado. Este, como artimanha e
precaução, tinha espalhado o dinheiro debaixo dum tapete (da entrada da porta
frontal). Os larápios, apressados e agitados, pisaram e repisaram nas notas,
porém deixaram de localizá-las no descuido e inexperiência. Estes esqueceram-se
de averiguar o lugar óbvio.
A felicidade de uns é a infelicidade de
outros. A generalizada impunidade incentiva a malandragem. O excesso de
malandros leva a escancarada roubalheira. A pilhagem, sob diversas formas
cobertas ou veladas, parece impregnada no gênero humano. Os lugares menos
imaginados costumam ser os mais seguros.
Guido Lang
“Singelas Histórias
do Cotidiano da Existência”
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