A beltrana, nos bons tempos,
erigiu sólida estirpe. Os brotos, na lavoura familiar de subsistência, foram gerados
e educados nas duras penas. A faina, na energia dos dias, incidiu no tenebroso
e volumoso. Os anos, na dureza da vivência, adentraram transformações.
O cônjuge, em maior data,
adiantou o rumo do precoce repouso. Os rebentos, nas criadas estirpes, atentaram
granjear bens e vivenciar dias. A aposentadoria, na boa gerência, mostrou-se o
meio do alento. O expediente, no desamparo manso, volveu-se no infeliz acaso.
A migração (campo-cidade),
no peso das épocas, adveio no desenlace dos tempos. A ocorrência, no clássico
dos dias, ocorria no epílogo das jornadas. O crepúsculo, no horário habitual do
chimarrão/mate, instituía agonia e lamúria. As lembranças caíam na memória.
O isolamento, na deficiência
de companhia, acontecia no açoite e agonia. Os achegados, em filhos e netos, caíam
na indiferença. A circunvizinhança, no clima urbano, vive nos oportunos
arranjos. A televisão, na medíocre programação, fenecia em rechear o vácuo.
O tempo, no avanço da
idade, perdeu o encanto e sabor. Os eventos, em bailes (terceira idade), caíam
na parca convivência. A solução, nos finais dias, consistia em vivenciar os
módicos prazeres. O acaso, de um ou outro jeito, encarrega-se de cravar peças e
ultrajes.
O sujeito,
na trajetória da existência, costuma carregar algum calvário. Os tempos, na
mocidade, incidem na festança e, na velhice, no martírio.
Guido Lang
“Singelas Crônicas
das Vivências”
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