Um produtor, pouco
aficionado a pecuária, mantinha um potreiro. Este, tomado pelo brejo e mato,
ganhou a companhia duma vaca.
O animal, semi-abandonado
ao Deus dará, conseguia produzir uns míseros litros de leite. A produção diária
mal atendia as necessidades do consumo familiar. O proprietário, diante do
escasso retorno e temer perder o capital, resolveu passar no troco o infeliz ser.
O comprador, como
conhecedor e dedicado criador, tomou as necessárias medidas (para reverter o
quadro adverso). Ele, conforme os conhecimentos do bom criador, administrou os
rotineiros sais minerais, combateu as tradicionais verminoses, cuidou do cio
com a inseminação, melhorou o trato com silagens...
O bicho, em poucos
dias, começou a ostentar outro visual. A produção começou a multiplicar-se nos
litros. A vaca, em semanas e meses, tornou-se uma campeã no plantel. O
investimento e trabalho, com o domínio dos conhecimentos e habilidades da
profissão, deu os almejados dividendos e retornos financeiros.
O idêntico aplica-se
a quaisquer negócios. A domesticação, seja de aves, bovinos, caprinos, insetos
(abelhas) ou suínos, exige contínuas atenções e reparos. A mão do produtor, com
a bênção divina, mostra-se a razão da sorte. A casualidade, como mero
extrativismo, ostenta-se difícil em angariar ganhos. O tempo dispendido, nas
correrias, absorve eventuais lucros. A sorte tem nome: conhecimento, dedicação,
trabalho...
As famílias, com os seus
filhos, seguem o receituário. Estes, através dos muitos diálogos e explicações,
exigem os devidos cuidados e ensinamentos. A convivência, como companhia,
transcreve os exemplos das práticas familiares. O olhar revela-se a melhor
escola da vida. A experiência, com uma supervisão superior, supera milhares de
palavras.
A história, de deixar
livre e solto (em nome da autonomia e liberdade), leva a enveredar em caminhos
escusos. O olho dos pais evitam aborrecimentos e atropelos futuros. A sabedoria
popular versa: “diga com quem andas e tirei quem és”.
Quaisquer patrimônios exigem muitos cuidados e reparos. Certas
cobranças precisam de coragem e persistência, porém os frutos mostram-se muito benéficos
e doces. Os investimentos precisam gerar os merecidos proventos. Os resultados norteiam
os passos das ações humanas. O óbvio também precisa ser dito e explicado!
Guido Lang
”Singelas Histórias
do Cotidiano das Colônias”
Crédito da imagem:http://www.waltercaldeira.com.br