Os animais
domésticos, em meio ao intenso calor de verão, mantiveram singelas conversações.
As idas e vindas, pelo pátio colonial, permitiram comentários e intrigas!
O assunto, na
oportunidade, relacionou-se as agruras do Sol de verão. Este, num vigor ímpar,
castigava a todos e a tudo. Os animais e plantas viram-se exauridos pelo
infernal calor!
Cães, galinhas, gatos,
porcos e vacas reclamavam das intempéries. Como poderia haver tamanho contraste
entre os dias? Chuva, frio, sol e vento castigavam os viventes!
As aves ciscavam nos
momentos mais frescos das horas do dia. Os caninos e felinos espreguiçavam-se
nas sombras. Os bovinos pastavam nos amenos horários!
O suíno, enjaulado no
cubículo do chiqueiro, queixava-se como a pior das vítimas! Os raios, no
entardecer, batiam em cheio no mal cheiroso ambiente e instalação!
O animal vivia a
falar da necessidade de água e chuva. Este, em resumo, repetia: “- Ah! Bem que
poderia chover! Advir alguma frente fria. A friagem tomaria forma como alento”!
As condições
meteorológicas, numa altura, trouxeram a ambicionada e sonhada precipitação. A
queda suave da temperatura tomou vulto! Os seres refrescaram-se!
A família, diante das
necessidades de alimentação, colocou mãos a obra. Ela carneou o porco. A carne,
com a friagem, conheceu fácil conservação. O trabalho melhor rendeu!
O lamurioso porco, o
desejoso das mudanças, pagou o ônus com a vida. Ele entrou de gaiato na história
da carneação! A friagem pregou indesejável peça!
Os indivíduos, com abusos e exageros, incorrem na própria
desgraça e ruína. Inúmeras pessoas, em meio ao bem estar e fartura material,
“choram de barriga cheia”!
Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano
das Vivências”
Crédito da imagem: http://bicharada.net