Um camarada, por
décadas, foi o tradicional motorista de ônibus. Os moradores, das linhas e
núcleos coloniais do singelo lugarejo, conheciam-no como companheiro e parceiro!
O condutor, com a
emancipação política-administrativa do distrito, recebeu convite para candidatar-se
a vereador. Ele, por uma popular agremiação partidária, acabou sendo o cara
mais votado e presidente da câmara.
A votação recorde, na
próxima legislatura, levou-o a candidato a prefeito. Outra admirável e
retumbante vitória.
O fulano, no sabor
das urnas, tornara-se o representante máximo do principiante município! A fama
e as viagens aumentaram muito no exercício do mandato!
A prefeitura foi assumida
numa excepcional cerimônia. As carências e dificuldades cedo advieram com a
escassa outrora formação escolar. Os anos de escola viram-se parcos!
Os estudos
complementares, com família e horários esticados, revelaram-se uma impossibilidade.
Este, em síntese dos conteúdos teóricos, sabia mal redigir o essencial!
A redação de algum
documento oficial revelou-se uma completa inviabilidade! A solução consistiu em
saber assessorar-se (de forma confiável e esperta).
O agora prefeito,
numa ocasião ímpar, necessitou preencher um cheque de extrema urgência. O valor
correspondia a sessenta mil. A dificuldade residia na questão da grafia!
Ele, na
impossibilidade de poder perguntar por auxílio, precisou encontrar algum
atalho. A solução, como esperteza matemática, consistiu em fazer dois de
trinta.
Os adversários
denegriram e riram-se da esdrúxula resolução. Este, com astúcia e sabedoria,
soube safar-se da inconveniente dificuldade e situação!
O camarada pode ser burro, porém precisa saber ajudar-se!
As experiências e sofrimentos, no cotidiano das situações, preenchem
costumeiramente as deficiências escolares. Os pacatos cidadãos geralmente
ostentam-se os mais carismáticos e conhecidos!
Guido Lang
“Singelos Fragmentos
das Histórias do Cotidiano das Vivências”
Crédito da imagem: http://www.creditoecobranca.com