A chuva de verão
finalmente abateu-se sobre o cenário urbano. Uma frente fria, numa aparente
situação anômala (no verão), trouxe aparências de climas do outono/inverno. As
temperaturas, em horas, despencaram nos ambientes. As pessoas puderam dormir num
sono sossegado (depois dum período de insônia e queixas “com a extrema fervura”).
As cidades, com o calor impregnado nas pedras, pareciam ferver no asfalto e
concreto.
Os citadinos, dentro
das possibilidades e tempo, estabeleceram romaria na direção das águas/praias.
Os locais, dentro das condições, procuraram arroios e piscinas. O lema era
aproveitar o período da folga (entre Natal e Ano Novo). Muitas empresas, como
fábricas e lojas, fecharam estabelecimentos. Objetivo: dar férias e fazer alguma
pausa. Afinal, “ninguém é de ferro e nada, além
duma pá de terra, leva-se desse mundo”.
Um condutor de carro,
ao aparente amigo motoqueiro encharcado (com intenção de tirar uma gozação),
disse: “- Ruim andar nessa chuva de moto? O cidadão se molha todo!”. O condutor
respondeu-lhe: “- Ainda bem que São Pedro mandou chuva! Uma refrescada no
ambiente dá novos ânimos! Perspectivas de safras boas e alimentos baratos/fartos.
O camarada, nalguma condução/veículo, não pode acumular todas as vantagens. As
avenidas, estacionamentos e ruas, caso
contrário, estariam abarrotados e congestionados de motos. Os donos de carros,
em momentos, precisam também levar suas vantagens. Os muitos encargos acabariam
injustificados!”. O ouvinte arregalou os olhos e “foi-se ao mundo”. Pouco
gostou da resposta!
As pessoas com suas concepções e necessidades. Os seres
humanos, com razão de felizes e
realizados, parecem precisar viver amontoados. Que seria das colônias caso a massa
humana invadisse os interiores? “Quem diz o que quer, ouve o que não quer”.
“Cada qual sabe onde o sapato mais aperta”.
Guido Lang
“Singelas Histórias
do Cotidiano Urbano”
Crédito da imagem: http://regiaodozezere.blogspot.com.br/2011/11/chuva-forte.html