As
pessoas, numa comunidade urbana, admiravam-se de determinado cidadão. Este
começou do nada e cedo avolumou tesouros. A família, através deste, tornou-se
proprietária de prédios e terrenos.
A
riqueza, de forma contínua, somava-se ao conjunto dos seus bens. Alguma quadra,
pelas conversas, lhe pertenciam (em localização privilegiada). Uma construção
excepcional, como edifício, era outra rendosa propriedade. Muitos o invejavam,
outros o admiram pelo amplo patrimônio e mente milionária. Alguma loja frontal, como fonte de divisa, era
o local de escritório e trabalho.
Um
conhecido, num certo sábado de manhã, achegou-se ao espaço. Ele queria uma atenção
de minutos para uma conversa informal. O cidadão, de imediato, elogiou-o pelo
apego e disciplina ao trabalho. As pessoas, nas calçadas e ruas em geral,
andavam para atender seus compromissos de compra e folga como final de semana.
O
fulano encontrava-se atendendo e labutando (junto ao escasso número de
funcionários). Outros, na calada da manhã, precisaram acertar umas contas e verem
perspectivas de negócios. Ele, como empresário, marcou as seis da manhã. O
conhecido, junto com o filho, achegou-se e encontrou-o tomando chimarrão e
repassando as primeiras notícias.
Um
pai, diante do filho (como acompanhante), explicou: “- Entendes o fato do
sicrano ser dono de tamanho patrimônio? Ele concentra-se e esmera-se na sua
ocupação profissional. Este não fica até as dez horas da manhã na cama e daí
pensa em iniciar as tarefas. A manhã daí transcorreu e nada de maior produção
econômica! As posses tem alguma razão de serem merecidas e não surgem pela mera
casualidade!” Uma referência ao
descompromissado filho e adepto de algum soninho (a mais na aurora do dia).
As pessoas ambicionam
os bens alheios, porém querem distância dos encargos. Poucos ainda dão a vida
pelo trabalho ou a labuta constitui-se na sua filosofia. As mãos milagrosas tem
sua explicação de ser e não tem o poder por mera casualidade. Quem, a cada dia carrega um punhadinho de
terra, avolumou uma montanha até o final da existência. “Deus ajuda a quem se
ajuda” ou “Deus ajuda a quem cedo madruga”.
Guido Lang
“Singelas Histórias
do Cotidiano Econômico”
Crédito da imagem: http://www.guiadasdicas.com