Deus, na sua infinita bondade e
grandeza, resolveu lançar o desafio! Tinha criado sua excepcional obra: o
Homem. Ele, inovador e meticuloso, quis tirar a prova. Procurou (os humanos
sendo animais pensantes) dar uma pérola a cada qual (membro da espécie). Queria
avaliar/testar a astúcia e inteligência das pessoas! Averiguar os cuidados e a eficiência!
Inteirar-se dos comportamentos e valorização! Conhecer a multiplicação ou
subtração!
As pessoas, quaisquer umas, receberiam
o idêntico brinde. Ninguém poderia queixar-se duma eventual discriminação ou má
sorte. Nada de choradeiras e lamúrias (pelos cantos e recantos)! Comentários
impróprios! A dádiva começaria nos primeiros instantes da concepção e estender-se-ia
até o desfecho da existência. Absteve-se de interrogar, aos competidores, de
querer participar ou não do jogo. Todos, sem nenhuma exceção, precisariam defrontar-se
com a sina. Procurou, ao longo dos séculos, “assistir, de camarote, o desfecho
do comportamento da espécie”.
Observou cenas imaginárias,
outras impensadas no palco da vida. Aparecia cada qual, nem em profecia ou
sonho, poderia ser vislumbrado. Alguns, nas primeiras horas/momentos, desperdiçaram
a pérola! Outros, por algum infortúnio/percalço, viram-se privados! Uns, no
tempo, foram acrescentando beleza e qualidade ao presente! Muitíssimos, mesmo
de uso efêmero, pareciam satisfeitos (com o tempo dado)! Outros mais, em
décadas de guarda, fizeram uso sublime. Tentaram, de todos as formas e meios, acrescentar
e prolongar os préstimos. A jornada, apesar dos bons e múltiplos anos,
pareceu-lhes efêmera. Lamentaram, no momento derradeiro, a partida (sem
retorno)! Cada qual, a sua maneira, soube abreviar ou prolongar a cortesia!
A pérola, na prática, relacionava-se ao número de dias/tempo vivenciados
sobre a Terra. Muitos abreviaram-nos com as correrias, criminalidades, drogadição,
gulas, loucuras, velocidades, vícios... Poucos, com parcimônia e sabedoria,
conseguiram acrescentar/multiplicar tempo. Vivenciaram longa jornada (em função
da modéstia e racionalidade). Estes, o Deus Criador, considerou esbeltos e
nobres! Coube, a cada qual, a oportunidade de abreviar ou prolongar o seu
número. A esperteza e habilidade encontra-se nos cuidados! A imprudência
abrevia e a prudência multiplica!
Sábio é aquele que consegue longa
vida! Viva o prazer de cada dia (como fosse o último). Cuide e enobrece
muitíssimo esse patrimônio! Agradeça a Deus, a todo instante (através dos
atos), por ter sido um dos privilegiados.
Guido Lang
Livro “Histórias das
Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)
Crédito da imagem: http://seasecretsblog.wordpress.com/