Uns moradores, das encostas dos morros na direção das
baixadas, canalizaram fontes/nascentes. A água escorre, com a declividade, de
forma automática e rápida na direção de caixas e reservatórios. Um líquido
natural ímpar, dádiva divina, abastece animais e humanos. Um produto cristalino,
nos períodos da ausência de chuvas e avermelhada na proporção das precipitações
(muito recentes), revela-se uma água mineral.
Alguma
dificuldade sucede-se na proporção das trompas d’água. Elas, de soberbão
abatem-se esporadicamente sobre o cenário rural. A força/violência costuma
aterrar e trazer terra. Esta, em situações, podem atrapalhar ou entupir
canalizações. A vasão começa a ter problemas e daí a necessidade de percorrer o
trajeto. Cada chuva ímpar e aquela inconveniência de canos entupidos
e sem água no pátio! Um desperdício de tempo e trabalho percorrer todo o
trajeto da canalização. A água torna-se necessária e daí a urgência de
tomar alguma providência.
Algum esperto,
diante do dilema, cedo inventou um atalho/paliativo. O pensamento direcionado a
encontrar alguma solução fácil e rápida. Experiências aqui e acolá!
Improvisações lá e cá! A estratégia, numa inovação, consiste de bombear de
baixo para cima alguma água da rede comunitária. O proprietário emenda/liga os
canos e verifica-se a possibilidade de desentupir Outra forma
ousada, de compressor, consiste em colocar ar dentro da canalização. Qualquer
barro ou sujeira voa fora diante da violência. Isto se emendas não se romperem
ao longo do percurso. O paliativo pode abreviar uma porção de caminhadas e
percalços.
Singelos
problemas, a título de exemplo (como esse no cotidiano das propriedades),
exigem esperteza às modestas soluções. A experiência, com o conhecimento
empírico, vão aprimorando práticas e ensinando lições de vida. Alguém inventa
alguma artimanha dessas e outros cedo valem-se da prática às suas necessidades.
Resultado: cria-se, ao longo dos anos de colonização, todo um conhecimento e
trabalho rural. Este, de maneira geral, encontra-se alheio a maiores registros
literários e, através do exemplo prático e da tradição oral, vê-se postergado
aos sucessores.
Os coloniais possuem um conhecimento
privado as suas necessidades. Estes, nas suas lidas e tarefas, são extremamente
astutos e inteligentes. Eles ostentam-se descobridores/inventores diante de
seus dilemas e necessidades. Possuem, na prática cotidiana, dificuldades de
conviver e raciocinar na vida urbana. Esta, de maneira geral, pouco
lhes interessa em função do impróprio da agitação, barulho, improvisação,
mazelas...
Inúmeros citadinos criaram aquela falsa imagem,
de burro e retrógrado, ao redor do homem das colônias. Este
ostenta-se feliz e realizado na proporção das suas vivências rurais. A
sabedoria aponta: cada elemento ostenta-se astuto e esperto no habitat próprio.
O rural mostra-se um conhecedor extremo na seu ambiente e sina.
O problema com os seus artefatos
específicos e soluções próprios. Inúmeros cidadões, como néscios, dão-se o
direito de avaliar e julgar o desconhecido e ignorado. A conversa de uns nem
sempre confere com a realidade dos fatos.
Guido Lang
“Singelas
Histórias do Cotidiano das Colônias”
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