Um produtor rural,
com o avanço da urbanização, cedo viu sua propriedade agrícola próxima à
cidade. A instalação duma vila cedo causou-lhe aborrecimentos com o lixo. Este,
a todo instante, via-se desovado no interior das plantações.
Um empecilho, aqueles
muitos e variados plásticos, no contexto do manejo das máquinas. Ele, durante
um bom tempo, procurou conviver e suportar a lixeira. O constante e progressivo
acúmulo de materiais levou a pedir providência dos responsáveis do meio ambiente.
O agricultor, num belo
dia, pegou os responsáveis municipais para mostrar a indecência. “Corpo mole
aqui e acolá e nada de tomar providências e resolver problemas”. O cidadão,
numa ousadia ímpar, achegou-se ao momento de pedir a colaboração dos moradores
próximos.
Este, diante dos muitos
forasteiros, cedo arrumou uma aparente desconfiança e inimizade. Alguém viu-se deveras
ofendido diante dos pedidos e reclamos. Uns incompreendiam o fato da lavoura não
servir de depósito clandestino de lixo. Os dejetos, diante do recolhimento dos
lixos, era só colocar nas lixeiras próximas.
O plantador continuou
com sua tradicional lavoura de milho. Ele precisava produzir o cereal para
silagem das vacas. Uma forma de armazenar e suavizar as dificuldades de trato no
inverno. A plantação, uma vez com espigas constituídas, conheceu o trabalho da
máquina de silagem.
Esta,
como de costume, rodeou a lavoura, porém lá adiante conheceu um estranho
barulho. Algum ferro, em forma de espeto de churrasco, encontrava-se
escamoteado em meio às plantas. O despercebido artefato cedo deu os estralos no
interior do maquinário. Os prejuízos fizeram-se sentir no bolso e no tempo. A
necessidade de redobrar as atenções, nas vindouras colheitas, fizeram-se
imprescindíveis.
O indivíduo desconhece as reais intensões e interesses de
muitos. Algumas pessoas, nalguma afronta, parecem ter prazer em colocar empecilhos
e criar problemas. O lixo, em quaisquer realidades, consiste num grave problema
social. Uns poucos malandros, num conjunto de gente boa, servem de péssima
referência dum lugar.
Guido Lang
“Singelas Histórias do
Cotidiano Colonial”
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