Atentas observações e reparações revelam segredos!
Os
colonos, nos primórdios da colonização, adoravam andar pelos matos e terras. Os
passeios, como pausa, faziam-se nos intervalos dos trabalhos da lavoura. O
objetivo, além de respirar um ar puro e fresco, consistia em inteirar-se dos espaços
(para apreciar o patrimônio ambiental existente nos lotes). Queriam, como
exemplo, conhecer acidentes geográficos, animais de caça, árvores centenárias,
quedas d’água, potencial agrícola, regimes de cursos fluviais...
Segredos
do hábitat natural, nestas idas e vindas, viam-se desvendados. Observaram o
comportamento de espécies e, em cima, disso constituíam a lógica agrícola e
tomavam resoluções. Pode-se, como exemplo típico, narrar uma história sobre
abelhas. A espécie, no interior da Floresta Pluvial Subtropical/Mata Atlântica
vivia fazendo ninhos no interior de troncos ocos e fendas de pedras. Os
coloniais repararam um detalhe sobre a preferência da espécie selecionada:
canela pinho. Outros troncos também abrigavam, porém como primazia optavam por
essa madeira. Os colonos apicultores cedo estabeleceram um princípio apícula.
As
caixas, para abrigar as colméias, deveriam ser construídas, para o manejo
melífero dessa espécie. Ela, nas suas tábuas, tinha um cheiro próprio e do
agrado dos insetos. O fator ostentava-se num empurrão ao êxito produtivo.
Volumosos troncos, extraídos de forma manual da floresta própria, tomaram o
rumo das serrarias. Os materiais de abelhas, a partir desse momento, recaiam
sobre esse recurso natural; caixas e sobrecaixas viam-se fabricadas de forma artesanal/manual pelos criadores/domesticadores. A abundância
do mel, a partir da domesticação selvagem, cedo tomou corpo nas colônias. Os
celeiros de produção, típicos das comunidades, mantinham sua razão de ser e não
decorriam da mera casualidade. As descobertas, no seio da convivência
comunitária, cedo viam-se compartilhadas e seguidores “surgiam a beça”.
Situações
outras ocorreram para conhecer a riqueza de espécies. As madeiras ganharam
funções específicas/nobres no interior das propriedades. Os colonos
carpinteiros, deparando-se com as características, definiam sua utilidade.
Chamou-lhe atenção à fartura e riqueza de recursos! O produto vegetal, nos
começos da colonização, carecia de maior valor econômico e o desperdício, com
as queimadas, mantinha-se realidade corriqueira. Descobriu-se, como normal
geral, que quaisquer madeiras tinham alguma excepcional qualidade para algumas
finalidades específicas.
O idêntico aplica-se ao cotidiano da
existência: observações atentas revelam segredos dos empreendimentos. Estes,
uma vez conhecidos/estabelecidos, levam a tomar iniciativas à concretização de projetos
e sonhos. As entrelinhas, do conhecimento, indicam profissionalismo e fazem a
real diferença nos negócios e trabalho.
Guido Lang
Livro Histórias das
Colônias
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)
Crédito da imagem: http://vidareal.wordpress.com/2008/03/