O esporte amador, ao
longo de décadas, deu motivo de muitas acaloradas histórias e vivências!
Relatos acirrados de brigas e intrigas não faltaram nas colônias!
Os coloniais, em
certos confrontos esportivos, envolveram-se em acirradas disputas. Os gramados,
em clássicos, poderiam constituir-se num campo de batalha! Pontapés e socos,
entre jogadores e torcidas, não faltaram numa aparente luta livre. Os
campeonatos, nas fases classificatórias, “atiçaram ânimos e instituíram guerras
verbais”.
Um jogador, no campo
adversário, jogava deveras duro. Este, nas bolas disputadas, entrava com
coragem e força. A torcida, de algumas dezenas de torcedores, chocava-se com a
violência das disputas.
Um jovem torcedor, com
frequência, externava expressões e nomes indecorosos ao jogador adversário.
Este, do lado de fora do gramado e entre os seus pares, sentia-se seguro para
gritar umas e outras boas!
A admiração e surpresa,
num imprevisto momento, adveio do ofendido jogador. Este, na ausência do
cercado, correu de forma repentina na direção do desbocado e gritão. Ele, numa
mão direita e outra esquerda, deferiu-lhe dois certeiros e fortes socos (para “arrebentar
os dentes e beiços”).
O próprio nem quis
acreditar na coragem e valentia do fulano. O juiz, preocupado num lance (noutra
parte do gramado), nem viu o sucedido. Os bandeirinhas, nas peladas do esporte
amador, ainda nem atuavam nos estádios (nos improvisados potreiros de alguns coloniais).
A mãe do rapaz quis
engrossar nos direitos e reclamações. Ela pediu satisfação pela agressão ao seu
rapaz. Os conhecidos mantiveram-se imunes a querela. Alguém cedo disse: “- Ensina melhores modos ao
teu filho! Nada de ficar gritando termos a estranhos!”
O moço, daquele dia,
aprendeu o tema de casa! Aquela de nunca mais chamar nomes e palavras impróprios
a conhecidos e forasteiros. O estranho ensinara-lhe a bela e singular lição de
casa! Chamar de nomes nada resolve o problema e só cria mútuas ofensas!
Os estranhos ensinam de modo diverso os valores relegados
pelos pais. Quem não conhece limites na infância, costuma sofrer amargas lições
dos estranhos e autoridades. Os limites são necessários e nunca demais para qualquer
cidadão.
Guido Lang
“Singelas
Crônicas e Histórias do Cotidiano das Vivências”
Crédito da imagem: http://www.viladoartesao.com.br