Uma prática
centenária ocorre no interior das criações e plantações. Pode parecer
assombroso para os néscios porém é comum abreviar dores e males. Os criadores e
produtores, em meio a domesticação, tratam de fazer uma seleção natural. A
aplicação, em meio a discrição, ocorre comumente entre bichos e plantas
adoentadas.
Este fato
relaciona-se ao descarte/extermínio de exemplares. Algumas, em meio ao
conjunto, ostentam-se doentes ou imperfeitos. Os proprietários, para evitar
aborrecimentos, correrias, dispêndios e imperfeições, apelam ao descarte. As
vítimas simplesmente vêem-se eliminadas (diante da inviabilidade de curas).
Processa-se a seleção natural com vistas de poupar alimentação e trabalhos.
Algum outro animal, no lugar, vê-se criado/engordado. Os produtores confrontam-se com a dó e o prejuízo. Os
interesses monetários, a longo prazo, falam mais alto. Animais defeituosos/machucados
não tem maiores chances de sobrevivência na espécie. Estes acabam sendo prato
aos seus inimigos naturais. Criadores e plantadores, como prática, abreviam uma
realidade natural.
Inúmeras histórias,
abafadas no meio germânico, ocorrem com relação ao auto-sacrifício/seleção
natural própria. Diversos moradores, diante das agruras do incurável (de doenças,
estresses, problemas), optam pelo caminho extremo. Aplicam-se, através do
enforcamento, ingestão, tiro e trânsito,
a auto-destruição. Familiares e vizinhos interrogam-se como o beltrano, fulano
e sicrano tiveram o coragem de praticar o suicídio. Estranhos incompreendem a
loucura. Indivíduos, na sua única e breve vida,
acharem-a muito longa. O curioso: uns parecem aceitar o fato com a maior
normalidade.
Entra aí a rotina da
tradicional prática agrícola. O cidadão, como na propriedade, sabe da
necessidade de abreviar flagelos. Ele
auto-elimina-se diante das doenças, dores, estresses, problemas... Perdeu o
encanto e prazer da existência e
procurar retornar as origens do nada. Muitos, bastante adoentados, abstém-se de
suicidarem em função do temor da humilhação familiar ou condenação divina
(temem pelo inferno). Sofrem até a míngua até o Criador dar cabo ao seu
infortúnio.
A concepção, no
cotidiano colonial, encontra-se impregnada na alma dos moradores. Os
auto-sacrifícios/suicídios, portanto, continuarão como triste sina na história
dos seios familiares. Inúmeros, ao longo da história da colonização, viram
membros afogarem-se em água, cortarem veias, enforcarem-se em
árvores/construções, ingerirem venenos... O tema mostra-se recluso as conversas
informais. As hipóteses e e suposições dão origem a diversificados e inúmeros
comentários. Campanhas, contra a tragédia, pouco efeito fizeram nas localidades.
Os recursos médicos, em vários tratamentos efetivos, contribuíram para diminuir
estatísticas.
O indivíduo nunca sabe o que nos espera! Algumas realidades
levam à atitudes extremas para evitar sofrimentos e transtornos. Certas
realidades convém abreviar males do que prolongar sofrimentos. Os viventes
nunca imaginam as ideias que perpassam na cabeça dos suicidas. O difícil
consiste dos autores deixarem alguma descrição/registro em razão da atitude
radical.
Guido Lang
“Singelas Histórias
do Cotidiano Colonial”
Crédito da imagem:http://portalofdarknessofmyeyes.blogspot.com.br/2011/10/memoria-de-uma-forca.html