A fulana, no setor de trabalho, quis “jogar alguma
conversa fora”. O tempo, do horário de expediente, parecia-lhe transcorrer
moroso e prolongado.
A cidadã, sem maior análise
das palavras, externou: “- Sicrana! Como ficastes gorda?” Esta, a umas boas
semanas e meses, encontrava-se em regime alimentar. Uma tamanha briga com a
balança e boca para não ser tachada de obesa. Uma preocupação diária com
adequadas e esbeltas roupas. Aborrecimentos e preocupações diante das visões no
espelho... O baque, da imprópria conversa, foi grande e infeliz. Esta, noutro
dia, sentiu-se adoentada (em função da baixa autoestima e dores na coluna).
Um colega, a título
de implicância, precisou dar seu comentário. Este complementou a fala: “- O
equívoco encontrava-se nos teus olhos! Com certeza esqueceu de usar as tuas lentes?”
Alguém, nesta altura do campeonato faz referência aos sobrepesos, ofende
deveras aos fofinhos.
A briga, com a vida sedentária,
mostra-se grande com o controle de peso. O sabor dos artigos parece aumentar na
proporção do não poder degustar. Quem de nós consegue manter o peso adequado
com a idade? Poucos, com essas possibilidades amplas de consumo, conseguem manter
o peso próprio.
A comida assemelha-se a poupança: tira muito da conta -
ela diminui; coloca bastante valor, os números multiplicam. Nem tudo que se
pensa convém externar aos ouvidos alheios. A reeducação alimentar tornou-se um
imperativo social.
Guido Lang
“Singelos Sucedidos
do Cotidiano da Existência”
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