As comunidades, de tempos em tempos, conhecem uma
doença generalizada! Esta, com raras exceções, atingem a esmagadora maioria dos
moradores. O curioso liga-se aos fenômenos meteorológicos e ao consumismo desenfreado.
O problema maior relaciona-se aos escassos recursos medicinais. Os tratamentos fogem
dos conhecimentos e recursos dos doutores dos consultórios e unidades de
tratamentos intensivos dos hospitais.
A
patologia liga-se a tradicional “doença do bolso”. Inúmeros rurais defrontam-se
com as carências financeiras. O dinheiro, em função das necessidades de
consumo, encontra-se em baixa arrecadação e em maiores dispêndios. Os reflexos
cedo invadem o ambiente de lojas, mercados, postos, restaurantes... Inicia-se
uma “choradeira generalizada”. Essa pode advir das fracas colheitas,
dificuldades de exportação, oscilação de moedas, perdas de mercados... Os
comentários, em armazéns e bares, acabam generalizados e governos temem pela sua
estabilidade. As macroestruturas tentam intervir com uma gama de remédios,
porém “os micro-organismos fogem a eficiência de inúmeras medicações”.
Os
sintomas ostentam-se variados! Mudam de paciente para paciente! Estes, de
maneira geral, mostram-se com o desânimo, estresse, inquietação, lamúrias... As
aparências, como comportamento, consistem em apresentar queixo caído,
enclausurar-se no ambiente familiar, manter-se reservado, ostentar cara
amarrada... Inúmeros adoentados, com a era dos celulares e computadores (mídia),
descobriram meios de desligar aparelhos e trocar de números. Querem sossego das
frequentes ligações encomendações de cobranças. “Outros batem pernas” com
vistas de inovar e encontrar paliativos as dificuldades. Procuram racionalizar
e repensar as atividades econômicas/produtivas com razão de “cortar gorduras e
enxotar gastos”.
As
atenções e cuidados, com o egoísmo humano, redobram-se nos relacionamentos
sociais. A criminalidade ganha expressão com assaltos, contos, desfalques,
roubos... Gente, com aparência e cara de honesto, costumam enveredar pelos
caminhos escusos e da malandragem... Instituições tradicionais, com a queda de
receita, podem temer pela sua estabilidade (na proporção de diminuir a
arrecadação e clientela). Produtores experimentam diminuir lavouras e plantéis.
A doença seria uma calamidade diante da inexistência dos benefícios
governamentais, que injetam, com a distribuição de recursos/renda pelas regiões
brasileiras dinheiro dos benefícios sociais e “penduricalhos governamentais”.
A epidemia, a cada década, tenta dar os
ares da sua graça. Poucos, com reservas monetárias acumuladas (como colchão d’água),
safam-se de maiores aborrecimentos e preocupações. Confirmam-se as velhas
lógicas populares: “o dinheiro governa o mundo” ou “sem dinheiro não tem mimo”.
Guido Lang
Livro “Histórias das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)
Crédito da imagem: http://www.toptalent.com.br/index.php/2011/08/26/dinheiro-e-tudo/