Compridas tiras
de terra, das baixadas aos morros, estendem-se como lotes coloniais. Heranças sucessivas
dividiram as propriedades iniciais, quando várias pecam pelo excesso de
comprimento. Colonos criaram reservas ambientais nas encostas, quando uns
poucos instituíram os “cantinhos dos pinheiros”.
Eles, pensando na dimensão do legado
familiar à descendência futura, cultivaram algumas dezenas de sementes do
tradicional pinheiro (araucária). As árvores costumam levar umas boas décadas para
salientar-se no contexto da vegetação nativa ou reflorestada, porém, nas
dezenas de anos sucessivos criam um cenário de gigantes.
Filhos e netos, depois de
aproximadas três décadas de anos, podem degustar o legado dos avôs, quando
muitos já descansam no repouso derradeiro. Outros, com a idade avançada, podem
degustar o fruto da própria colheita, que assume um sabor excepcional.
A terra colonial produz a bênção do
fruto, quando, no sabor do inverno, abate-se o rigor do frio. A necessidade de
achegar-se ao fogão mostra-se imprescindível enquanto familiares reúnem-se num
“ambiente de piquenique invernal”. Algum pinhão acrescido do chimarrão, pipoca
e rapadura, ostentam-se uma dádiva, quando dispensa dispêndios monetários. O
espaço, no interim das encostas e pedras, encontra-se ali o pinhão, porque, num
pensamento voltado ao futuro, não plantar alguns magníficos exemplares da magna
espécie. O plantador faz transparecer sua grandiosidade de espírito e visão
econômica-rural! Algumas clãs há decênios possuem exemplares e recantos, que a
cada colheita relembram o trabalho dos autores da façanha.
A
nobreza mostra-se muito mais nos atos do que nas reais falas, porque externam a
postura no tempo. Legados discretos perpassam gerações, quando produzem o bem
para inúmeros viventes. Pensemos em criar e deixar o nosso recanto!
Guido Lang
Livro “Histórias
das Colônias”