Um criador, de porcos, vivia
queixando-se do insucesso da sua criação, que mantinha-se raquítica.
Procurou as inúmeras razões do
fracasso, quando acha-se com problemas na instalação das pocilgas, carência de
insolação, proliferação de vermes... Os bichos, no contexto da vizinhança,
ostentavam-se os mais impróprios, quando poucos, na época do “ouro branco”
(abundância da comercialização da banha, que dava dinheiro que nem um metal
precioso) tinham interesse em intercambiar animais. Este comércio mantinha a nobre
incumbência de melhorar as espécies. A má sorte parecia acompanhá-lo por uns
bons anos, quando o desânimo fazia-o priorizar aves e gado. Achegou-se, um belo
dia, a visita de um aparentado, que há uns bons meses quisera efetuar a
visitação. Aquela alegria e satisfação de trocar experiências e ideias, quando
o acesso a publicações ostentava-se restrito e o rádio/televisão nem em sonho.
Um determinado momento chegou para reparar o bicharedo, quando o visitante olhou
as diversas criações. Receitou, ao parente, um estratagema para corrigir a
falta de sorte nos suínos. Disse-lhe: “-Vai pregar um prego nos cochos da água
e nunca deixe o nível abaixo da altura deste utensílio. Renova de dia em dia a
qualidade do líquido quando o criador dará-lhes as bênçãos”.
O receituário, com
algum auxílio familiar, viu-se seguido à risca. O agricultor descobriu a
necessidade de administrar boa quantidade de água límpida aos animais.
A sorte, de uma
hora para outra, mudou o quadro adverso, quando conheceu a importância de singelos
porém significativos detalhes.
Qualquer
empleitada exige o conhecimento dos segredos do negócio. Quem capricha e
trabalha ganha as graças divinas.
Guido Lang
Livro “Histórias das Colônias”