Um colonial, com os
seus aproximados vinte anos, uniu-se em matrimônio. Uma realidade comum nas
colônias, de forma precoce, em constituir família. As mulheres viam a maneira de
libertar-se do julgo familiar (para abraçar e enfurnar-se sob a tutela do marido).
O jovem, para o
evento do casamento, deixou confeccionar uma ajustada e bela fatiota. A data
mostrou-se o dia excepcional duma existência. Uma vestimenta nova, para particular
cerimônia religiosa, bem que mereceria a consideração e o investimento. A união
significava liberdade para fazer as intimidades e começar uma autônoma vida econômico-financeira.
Os anos
transcorreram, família constituída, vida longa vivenciada... O terno, por uns
bons e certos sessenta anos (1920 a 1980) manteve-se como relíquia particular.
O cidadão, no dia do velório, usou-o para as cerimônias fúnebres e despedidas
finais. Este, nestas décadas todas, manteve como especial e única relíquia (no
guarda roupa familiar). O uso, em uma ou outra festa, ocorria de forma esporádica
e meticulosa (com razão de poupar e não sujar a peça).
O curioso, nos
eventos coloniais especiais, conhecia-se o cidadão pelo terno. Uma realidade comum
para os padrões coloniais (de austero espírito econômico-financeiro). Uma
realidade inimaginável, na sociedade de consumo, para os padrões atuais. O
exagero duma época e sociedade costuma recair noutro extremo do relapso nas
gerações vindouras!
Cada época e geração com suas ideias e valores. O excessivo
espírito poupador chegava às raias do exagero na sociedade colonial. Os relatos
familiares costumam relembrar histórias e pérolas dos ancestrais!
Guido Lang
“Singelas Crônicas e
Histórias do Cotidiano das Vivências”
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