O caboclo, na essência
das colônias, inovou no serviço e sustento. O ensino, na baixa instrução (empírica
e escolar), contribuiu no amargo do ofício. O escambo, em banais trocas, advinha
entre amigos, forasteiros e vizinhos. O capital inicial, na auferida herança, adveio
na casa e terreno. A fortuna, no consecutivo, viu-se repassada em permutas (de
animais, obséquios e veículos). As negociatas, em melhores e preciosas horas,
“absorveram estada nas ruas”. As conversas, em comércios, achegavam-se nos convívios
(dos botecos e mercearias). O ente, no chegado do “vício do ofício”, “alocava
pé-na-estrada”. A sequela, no efetivo retorno material, sucedeu na infeliz e
prévia falência. As trocas, no decurso dos câmbios, delapidaram e subtraíram riqueza.
O arranjado mercador, no desfecho, achegou-se na morada do estimado tio. A petição,
na sobra (de “pato debaixo do braço”), foi em residir no favor. A baixa ciência, na aptidão mercantil e
monetária, aflui na aflição do corpo e penúria material.
Guido Lang
“Histórias
das Colônias”
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